HISTÓRIA COBERTURA

Costumam ser muito interessantes as "histórias coberturas" inventadas para encobrir verdadeiros motivos. Políticos usam demais. Muitos maridos também. E muitas mulheres também (por isto discordo de que a tal lei Maria da Penha queira dar a impressão de que só os homens somos maus; tem mulher "pela aí", como dizia o Stanislaw, que eu "prefiro marcar o Pelé" do que encarar - ainda incorporando expressão do mesmo Ponte Preta).
Aconteceu-me neste fim de semana. Morando em Patos de Minas, recebi um telefonema da síndica do prédio em que tenho um apartamento, em Belo Horizonte. Disse-me a síndica que deve haver um vazamento nesse apartamento, porque a conta de água do prédio está muito alta e ela já vistoriou todos os apartamentos - exceto o meu, que está fechado - e em nenhum foi encontrado vazamento. De início, pedi a minha Madrinha que checasse para mim. Concluímos que ficaria muito difícil para ela abrir o apartamento (explicar isto seria longo e não interfere). Decidi, então, viajar para Belo Horizonte, para tratar pessoalmente do assunto. Já recebera um convite do meu irmão caçula, que mora em BH, para um "bife na chapa", em comemoração de seus setenta anos. Minha mulher foi levar-me à rodoviária. Ali, em choramingos, disse que deve mesmo ser muito feia - uma verdadeira mocréia, - porque todo marido de mulher feia não pode topar com um feriado prolongado que inventa uma viagem. Então, estava achando-se uma mocréia.    E arrematou:
- Você acha que eu vou contar para alguém que você está indo a Belo Horizonte, para ver se tem um vazamento no seu apartamento? Pensa que vou pagar o mico de dar atestado de trouxa?




Imagem: Big Mikytos
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