31 de out. de 2012

TODOS SOMOS MERCENÁRIOS, UAI!

Macaco senta-se sobre o próprio rabo, para falar dos rabos dos outros. Assim acontece com o homem, principalmente quando imperam as paixões.
A transferência de Paulo Henrique Ganso do Santos para o São Paulo reavivou pretéritas classificações de outros jogadores como mercenários. Torcedores santistas insultaram o jogador, atirando moedas no gramado e chamando-o "mercenário", em altos brados. Pura paixão de quem perde seu amor - ou um de seus amores - para outrem. A mulher que nos abandona vira, no mínimo, infiel. Para prostituta fica sendo um passo.
O que é "mercenário"? Segundo o dicionário online de Português:


"s.m. Soldado que se oferece para servir mediante paga. A Pérsia, a Grécia e Roma empregaram mercenários, eventualmente. Eles se tornaram importantes, contudo, nos séc. XIII a XVI, quando soldados alemães e suíços eram muito procurados. Por fim, após a Revolução Francesa, exércitos nacionais substituíram os mercenários".

Aparecem, ainda, como sinônimos: interesseiro e venal.

A palavra acabou passando a ser usada em sentido pejorativo. Não nos podemos esquecer dos significados originais. Afinal, há quem goste de combater, ou quem ache interessante, ou que tenha necessidade de ganhar a vida alugando a espada. As lutas de MMA e de box não são tão apreciadas? É a violência institucionalizada no ringue. Minha mulher diz que é absurdo chamar-se de esporte a uma atividade em que o objetivo é causar traumatismo grave no adversário. No entanto, as lutas encontram quem as promova, despertam enorme interesse e envolvem muito dinheiro, dinheiro de que vivem os pugilistas (atletas, para os aficionados).
Não fica por aí. Fora do amadorismo puro, somos todos mercenários. Alugamos nosso trabalho, nossa inteligência, e muitos alugam a própria dignidade (há evidência das muitas tramóias, com ajudantes assalariados).
Por que o jogador profissional de futebol não pode ter preferências profissionais? Por que é injuriado pela torcida, só porque resolveu mudar de ares? Se for para ganhar mais, quantos daqueles que o insultam recusar-se-iam a mudar de time, ou de fábrica, ou de banco, ou de qualquer coisa, para ganhar mais, só por fidelidade ao patrão?
A paixão sacrifica seu objeto, mas pode matar o apaixonado.

Imagem: PC PRONTO
http://pcpronto.blogspot.com.br/

30 de out. de 2012

DEUS EXISTE!

DeusInício da madrugada, 30 de outubro de 1939. Cheguei aos cinco minutos.
Devo ter-me encantado com a lua e com as estrelas, pois gosto delas até hoje. Notívago de fé! Não acho que a lua seja romântica. Românticos somos nós que a apreciamos admirados, maravilhamo-nos com as estrelas... Não quero acreditar que a lua e as estrelas nos façam ficar românticos. Prefiro crer que nós românticos somos os que chamamos a atenção para a beleza do firmamento.
Contemplar o céu, desde pequenino. Minha mãe contava que, por volta dos cinco ou seis anos, chamei-a a uma varandinha de fundo em nossa casa, para que visse uma coisa muito bonita. Acompanhou-me e ficou sem saber de que se tratava. Perguntou-me o que eu estava achando tão bonito. Apontei para o céu. E olha que minha mãe conhecia muito do céu, estrelas, constelações, admirava a via láctea... Sempre do ponto de vista romântico, nada de ciência.
Pensando sobre isto, há dois ou três dias, pensei, também, em alguns fatos que acho relevantes em minha vida, principalmente alguns que poderiam ter mudado radicalmente meu modo de ser.
Primeiro, pensei que minha mãe aplicou-me duas grandes surras, em toda a minha vida (era muito brava!). Desde a aplicação dos castigos passei a pensar sobre eles e os resultados. Achei que uma das surras foi injusta e aplicada fora de hora (normalmente, aplicava em cima do fato). A outra achei que fora justa e aplicada corretamente. A errada mudou meu modo de ser. A certa mudou nada. Continuo parando para ver, fascinado, um camelô, uma brincadeira de rua.. ou seja, quase sempre há alguém me esperando.
Desses pensamento, passei para outros, bem mais sérios.
Minha mãe contava que, por volta dos cinco anos de idade, ou seis, se tanto, cheguei a ela furibundo e perguntei onde havia uma faca. Perguntou-me: "para que você quer uma faca?". Eu: "para fincar na Maria". Não me lembro desse fato. Assusta-me que eu poderia ter-me tornado um homicida. Pensei nisto sempre. Desde há muito tempo, tenho a consciência de que há, dentro de mim, um bicho muito grande e muito feio. Tive de puxá-lo pelo rabo, muitas vezes. Tenho conseguido, até hoje.
Mais tarde, escola primária. Tive muita sorte por ter tido pessoas muito inteligentes por colegas, além de uma professora espetacular, durante os quatro anos. A gente tinha de ter um caderno de rascunho, no qual copiava os pontos de todas as matérias; e um caderno para cada matéria, no qual a gente passasse os pontos a limpo. Tinha tudo na cabeça. Passei com dez nos quatro anos (aliás, com nove em um, porque, doente, não fui fazer a prova final). Mas passava nenhum ponto a limpo. Um belo dia, a professora determinou: todo mundo coloque o caderno de geografia sobre a carteira (por exemplo, não me lembro ao certo); vou conferir se estão em dia; os alunos que não estiverem em dia ficarão mais meia hora na escola, até colocar em dia. Pensei: puxa vida! vou ficar depois da aula até o final do ano. Mas a professora conferiu os cadernos dos quatro alunos da primeira fileira. Estavam em dia (hoje, diríamos atualizados). Determinou, então, que cada um deles verificasse os cadernos dos colegas de sua fila. Foi o bastante para que eu tomasse o meu caderno, abrisse pra lá do meio e escrevesse um finalzinho de ponto, não mais do que dez linhas, na página da esquerda. As páginas anteriores todas em branco. Deixei-o bem aberto sobre a carteira. O colega conferiu e deu ok. Escapei do pós aula, até o fim do ano. E não me lembro de ter atualizado o caderno. Poderia ter-me tornado um estelionatário. Raciocínio rápido, frieza...
Aos catorze anos, ingressei na Polícia Militar de Minas Gerais, na Escola de Formação Musical. Após aprendizagem de teoria e solfejo, fui para a Banda de Música, onde me entregaram um sax soprano, que acabei estudando por pouco tempo, porque segui para outras paragens. Nesse tempo, para fazer lanches na cantina do batalhão, eram fornecidos "vales de cantina", cujos valores seriam descontados dos vencimentos, claro. Um dia, um colega perguntou-me se eu tinha cinco cruzeiros. Disse que sim. Propôs-me dar dez cruzeiros em vale de cantina pelos cinco em dinheiro. Topei. Cem por cento, cara! Indo à cantina, vi uma pessoa que estava lanchando tirar dinheiro do bolso para pagar. Perguntei-lhe se não se importava de dar-me o dinheiro e pagar com meu vale de cantina. Topou. Fiz isto outras vezes e troquei os dez cruzeiros em vales por dez em dinheiro. Daí a voltar à banda de música e trocar cruzeiros por vales foi um pulo. Nova operação e lá estava eu com vinte cruzeiros em dinheiro, cantina, dinheiro, cantina, dinheiro... Cem por cento em cada operação, sem ter investido um centavo! Verifico que poderia ter-me tornado um agiota, quem sabe um banqueiro...
Concluo que Deus existe e tem um de seus milhões de olhos voltado para a minha pessoinha. Ou para me ajudar, ou para impedir que O atrapalhe.

Imagem: 

29 de out. de 2012

EDUCAÇÃO COMEÇA ASSIM

Voltei de São Paulo, sábado para domingo. Viagem muito longa, tempos dormindo, tempos acordado. Nem sempre é silêncio. Ouvi um garoto, sentado atrás de mim, conversando pelos cotovelos. Não prestei muita atenção, porque o sono chegou logo e cochilei um tempão. Depois da parada em Limeira, dormi até quase chegar em Araxá. Parada que aproveitei para um cafezinho, por volta das cinco da matina. De lá para cá, vim desperto. Aí, ouvi muito papo do garoto. Bem coordenado e com vocabulário muito rico para o que me parecia a idade dele.
Falava para a mãe que, em carro, o mais importante é não colocar a mão no motor. Queima, disse ele, como queimei meu pé, encostando no pneu, depois de o carro rodar muito.
Lembrei-me de que minha Madrinha - irmã mais velha, hoje com 83 aninhos - cantava para mim: "O saci Pererê, Pererê, Pererê andava só com um martelo na mão; um dia, ele machucou o dedo e não andou mais com o martelo na mão". Pensei: é, as coisas são assim mesmo. Só aprendemos depois que a casa cai.
O garoto continuava falando de carro. Disse que para dirigir não pode tomar "cerveja
alcoólica" (expressão dele). Falou dos defeitos que pode dar e arrematou: "se for taxista, pode passar do ponto", ou coisa parecida.

Depois, falou de estrelas cadentes. Perguntou se todas as estrelas cadentes caem. Coisa parecida.
Por fim, ouvi-o falando que o sol é uma bola de fogo, que foi a avó dele quem lhe contou.
Deu para perceber que é uma criança com quem as pessoas conversam. Falou dos riscos do trânsito e do romantismo das estrelas cadentes, do espetáculo da bola de fogo. Bastante informação, que não se adquire, para guardar, senão em conversas com pais, padrinhos, madrinhas.
Percebi que o raciocínio é bastante lógico e que o menino sabe lidar com as informações que lhe passaram.
Quando estiver rapaz, já terá tido notícia dos perigos das máquinas, e do que devemos evitar no trato com elas. Já terá informação sobre a inconveniência de dirigir veículos sob efeito de álcool. Estará, também, perto das idéias de romantismo.

A família desembarcou quando chegamos em Patrocínio.
Não resisti. Desci e fui falar com o garoto. Pareceu-me não ter mais do que seis anos. Pedi autorização à mãe dele, que concordou. Perguntei-lhe sobre quem fala para ele sobre estrelas cadentes. Apontou o dedinho para a mãe, uma jovem senhora. Disse-lhe que minha mãe também falava comigo de estrelas cadentes. Não tive tempo de dizer que falava, também, do Cruzeiro do Sul, das Três Marias e - com grande encantamento - da Via Láctea. O motorista do ônibus já chamava para partir.
Achei ótimo ter tido a companhia do Kauan, durante nossa viagem. Menino cuja educação começa em casa.

Foto estrela: Símbolos.
https://www.simbolos.com.br/estrela-cadente/
Foto álcool+volante: AUTO ESPORTE.
https://autoesporte.globo.com/carros/noticia/2018/05/quanto-tempo-depois-de-beber-eu-posso-dirigir.ghtml

28 de out. de 2012

FUTEBOL: COM BOM HUMOR É MELHOR!

Estava, ontem, em São Paulo, em um boteco "povão" na rua Frei Caneca. Calorão danado, paramos - minha filha, meu neto e eu - para uma água mineral. Sentamo-nos e ficamos de papo. Meu sonho de consumo é aquele tipo de boteco: nenhum compromisso com nada nem com ninguém; ninguém querendo vender nem comprar (tirando o dono do boteco e o os fregueses); ninguém conhecido, mas muita comunicação entre desconhecidos. De carona, um jogo pela TV - Internacional x Palmeiras. Estava 2 x 1 para o Inter, quando o Barcos empurrou uma bola para o gol, usando a mão, ostensivamente, sobre a cabeça de todo mundo. Parece que o juiz não viu, porque confirmou o gol. Um cara que estava palpitando o tempo todo - depois, disse ter jogado no Bahia e no Vitória - louvou até. Juiz ladrão, por aí... Foi quando apareceu o gozador, expressão mais tranquila, fala pausada:
- Bola na mão, gente! Só porque o cara é argentino?

Foto: Yahoo Esporte Interativo
http://br.esporteinterativo.yahoo.com/blogs/futebol-cinco-estrelas/stjd-anula-jogo-entre-internacional-e-palmeiras-235911703.html

27 de out. de 2012

ME DISSERAM...

Em 7 de outubro, o cadikim iniciou uma seção com o título "ME DISSERAM..."
(
http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2012/10/me-disseram.html). Tem recebido um número razoável de visitas. A ilustração mostra uma urna eletrônica. Ainda estamos em momento de eleição, segundo turno. Segue com a seção o cadikim, mesmo tema, por ora. Vamos lá: 
 

“Deve-se julgar da opinião e caráter dos povos pelos dos seus eleitos e prediletos.”
Mariano da Fonseca, marquês de Maricá (1773-1848), político carioca.

“Aquilo que um homem diz, promete e decide na paixão deve depois sustentar na frieza e na sobriedade.”
Friedrich Nietzsche (1844 -1900), filósofo alemão.

“Nada é tão admirável em política quanto uma memória curta.”
John Kenneth Galbraith (1908 - 2006), economista e escritor canadense.


Fonte: Frases de Cabeceira - 3; seleção de Gerald Goodfrey; tradução de Geir Campos, Editora Record.

Foto: alagoas 24 horas.
http://www.alagoas24horas.com.br/eleicoes2012/?vCod=129866

26 de out. de 2012

CURIOSIDADES EM FUTEBOL


Não é coisa só de botafoguense. Coincidências,  superstições, tudo isto faz parte do futebol. Muitas vezes, vi alguém falando (e até eu mesmo falei) que determinado jogador é muito bom e, em seguida, o próprio fazer uma jogada que os antigos narradores adoravam qualificar como "bisonha". Acontecia também o contrário: dizer que um jogador é "muito péssimo" (como dizia o cabo Miguel) e em seguida o cara fazer um golaço.
Tiago Neves comemorando gol para o Flu
contra o Vasco
Aconteceu coisa parecida ontem, no jogo Fluminense x Coritiba. Lá pelo meio do segundo tempo, a torcida do Flu pedia o Rafael Sobis. O narrador perguntou ao comentarista se seria uma boa. Narradores e comentaristas adoram "adivinhar" porque, em algumas vezes, dá certo e eles podem falar: "eu não disse?". O Lédio Carmona buscou inspiração em acontecimentos a que, por força da profissão, assistiu de monte, e falou que poderia, sim. Que Rafael Sobis tem sido um bom jogador em segundo tempo, que tem
decidido jogos no segundo tempo, que nem aconteceu contra o Bahia, que Rafael Sobis tem estrela, montão de coisas. Arrematou dizendo que Tiago Neves estava meio apagado.  Eram 23 minutos do segundo tempo. Antes dos 25 Tiago Neves marcou o segundo gol do Flu.


Foto: dom total.

DECO - JOGADOR VIOLENTO INSUSPEITO

Nunca suspeitei que Deco pudesse descambar para a violência. Sempre vi nele um jogador muito técnico, estilo de jogo inteligente e bonito. Observei-o no jogo Atlético Mineiro x Fluminense. Vi o jogo e boa parte do tape. Comentei que praticou jogo violento e desleal (http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2012/10/a-ajuda-do-arbitro-foi-alem-do-campo.html). Depois, fiquei pensando que poderia ter sido exagerado. Agora, pela manhã, assisti ao tape do jogo Fluminense x Coritiba. Vi o Deco dando uma cotovelada no rosto de um adversário, de modo desleal. Achei-me cheio de razão. Ainda assim fui consultar na rede. Segundo está no Terra Esportes, no Brasileirão 2012, Deco foi agraciado com oito cartões amarelos. Não sei se já está computado aquele que tomou, ontem, "mode" a cotovelada (sou mineiro, uai!).
Quem tomou mais cartões amarelos, no Brasileirão 2012, tomou 13. A questão não é apenas estatística. É de comportamento. Nas duas oportunidades em que observei, a "vítima" estava em condições de iniciar um contra-ataque.
Continuo pensando que os treinadores têm uma dose de responsabilidade. Vejo, com pesar, que Telê Santana não conseguiu fazer escola.
É uma pena!

Foto: SãoPaulindas.
http://www.saopaulindas.spfc1935.com.br/2012/04/saudoso-mestre-tele.html

São lindas, mesmo! Será que tem passarela para admitir na gang?

Vejam o que dizem as SãoPaulindas sobre Telê, em abril deste ano, seis anos depois da morte do mestre.


Combateu a violência no futebol, a má qualidade dos gramados, a incoerência na aplicação das regras por alguns juízes e travou uma briga particular para que o futebol brasileiro reencontrasse a confiança em sua capacidade.
“É impossível alcançar a perfeição, mas é possível aproximar-se dela” Mestre Telê ...saudoso Mestre Telê.

25 de out. de 2012

AINDA A ARBITRAGEM DO ATLÉTICO X FLUMINENSE: CARIOCADA DO ARNALDO.

Não pretendia falar mais disto. Mas não me contenho. O programa "Bem Amigos" discutiu a arbitragem. É função dos bem amigos. Não pude concordar - sequer entender - a opinião do Arnaldo César Coelho. No início, disse que não viu o jogo. Se não viu, não deveria ter opinado. Mas opinou. Mesmo não tendo visto, descreveu as ações do Júnio César, tendo acrescentado que o atleta estava pendurado, e que provocou o cartão amarelo, para cumprir suspensão contra o Flamengo, já que não poderá jogar, por força de contrato. Podemos acreditar que Júnior César foi malandro. Mas ninguém pode penetrar a intenção dele.
Como é que o Arnaldo foi  capaz de descrever as ações  de Júnior César e fazer o comentário que fez, se não viu o lance? Quanto ao Fred - que, se tivesse sido amarelado, acabaria expulso - disse que "Fred dicou indignado". Mas não falou o que o Fred indignado fez. Tivesse falado, e daria pelo menos oporunidade ao STJD de julgar o Fred. Deixou uma ponta para o STJD julgar o Júnior César. Não procedeu pela mesma forma, quanto a Fred.
Muito estranho!...


Imagem: Futebol Distrital de Leiria.http://futeboldistritaldeleiria.blogspot.com.br/

23 de out. de 2012

TABELA DE PREÇOS NA PADARIA










Pão com manteiga ...........................   1,50
Pão com margarina .........................    1,30
 Pão sem manteiga ...........................    1,20
   Pão sem margarina .........................    1,00  

A AJUDA DO ÁRBITRO FOI ALÉM DO CAMPO. FLU LEVOU VANTAGEM, GALO PODE PERDER

A pusilanimidade do árbitro de Atlético x Fluminense resultou em enorme vantagem para o Flu. E pode resultar em desvantagem para o Atlético. Verdade é que as coisas do campo costumam ir além.
Achei que Deco foi sério candidato a expulsão, pelo conjunto de faltas desleais que praticou. Mas isto é subjetivo. Aceito, portanto, ainda que contrariado, as decisões recorrentes do árbitro de não lhe aplicar o amarelo (dobrado, resultaria em expulsão). Mas não concordo com as decisões do árbitro, logo depois do terceiro gol do Atlético: deu cartão amarelo para Júnior César. Merecido! Fez molecagem. Mas não puniu Fred por ter revidado à molecagem com um golpe no rosto do adversário. O árbitro bem que tentou apartar Fred dos tricolores que o assediaram para pressionar, mas não deu conta. Ao agir no sentido de apartar, deu toda pinta de que iria aplicar pelo menos o cartão amarelo, o que resultaria na expulsão de Fred. Não teve peito. Não resistiu à pressão dos jogadores do Fluminense. Teria de ter-se feito respeitar. Não tendo sido atendido, para que se afastassem e deixassem-no afastar Fred, teria de distribuir tantos amarelo quantos necessários, até impor-se. Os jogadores do Flu foram além da indisciplina: aquilo é ameaça, mesmo. Faltou coragem ao juiz. Ou outra coisa qualquer. Dissemos, em outro comentário, que não basta que a mulher de César seja honesta; deve parecer honesta (http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2012/10/atletico-x-fluminense-coragem-do.html). Acabou não aplicando o amarelo em Fred.
As conseqüências do conjunto da obra: Júnior César poderá ser julgado pelo STJD, pela molecagem, porque, tendo recebido cartão, o árbitro terá, certamente, declinado os motivos, na súmula. Penso até que nada de mais. Futebol deve ser limpo. Mas o Fred passa de liso. Como outros atletas do Flu, que praticaram atos até de violência e de pressão constrangedora contra o árbitro (deixaram a bola, trocando-a pelo corpo do adversário). Nenhum deles será julgado pelo STJD (não estarão contemplados na súmula).
Resulta que o Fluminense seguirá no campeonato com seu elenco completo. Uma dádiva!

PS.: fui um torcedor moderado do Atlético. Ia assistir aos jogos daquele Cruzeiro maravilhoso de Tostão, Dirceu, Piaza e companhia. Não torço mais. Continuo gostando de futebol. Mas não dou conta dos dirigentes, dos árbitros, de alguns comentaristas... Melhor só ver o jogo. Mas o jogo de domingo foi de matar!

Imagem: Futebol Distrital de Leiria.http://futeboldistritaldeleiria.blogspot.com.br/

22 de out. de 2012

A ARTE POÉTICA DE CÍCERO CHRISTÓFARO

DUQUESA EM FLOR

 

As flores do jacarandá
Desprendendo-se da copa
Tingiram
Com mimoso azul
A grama verde
O passeio cinza
O chapéu do homem que passava
A blusa rosa da moça
O sapato branco do gigolô
A saia de chita da prostituta
O solidéu do padre
Os cabelos grisalhos da avó
 Igualando a todos com graciosa cobertura
 
Foto: Cícero ou Raquel, não sei bem!

NÃO É FÁCIL MUDAR. NÃO BASTA UMA DECISÃO DO STF.

AgenciaBrasil151012 DSA1958
Penso que a Nação está como o Ministro Celso Mello
parece estar: sufocada!
A propósito da chamada de capa da revista Veja, edição 2290 ("O MENINO POBRE QUE MUDOU O BRASIL"), referindo-se ao Ministro Joaquim Barbosa.
Data venia, como preferem os juristas, mudou não! Mesmo depois de condenados alguns dos denunciados na Ação Penal 470, tivemos notícias de improbidade, compra de votos... outros fazem a mesma coisa. Sem medo de serem felizes...
Mudou o Ministro, isto sim. É reconhecido publicamente, admirado, o escambau. Mais do que merecido, penso eu. Só o currículo que ostenta é bastante para admirá-lo. Ser Ministro do Supremo Tribunal Federal é um acidente.
Nem é exigivel do Ministro que mude o Brasil.
Mudar é muito difícil, muitos fatores envolvidos.
Pensei nisto hoje, indo procurar um profissional na Rua Rui Barbosa, 970, aqui em Patos de Minas. Desci do carro uma quadra antes daquela onde fica o endereço. Orientei-me pela numeração, próxima de 970. Não adiantou. A numeração é irregular: tem número da centena 900, depois vem um 840 (para o lado crescente), depois vem o 970, mais adiante.
Perguntei-me: por que a Prefeitura não organiza isso aí?
Respondi-me: vai impactar a vida dos moradores e de seus parentes e amigos. Se, amanhã, alguém vier de Brasília, visitar parentes, e procurar o número que conhecia, correrá o risco de não encontrar, porque houve mudança. Sei que é fácil orientar-se. Para alguns, não para todos.
Uma decisão do STF vai mudar o Brasil? Duvideodó! Muita água pela frente...

Foto: Agência Brasil.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/galeria/2012-10-15/stf-retoma-julgamento-da-acao-penal-470-processo-do-mensalao

ATLÉTICO X FLUMINENSE: A CORAGEM DO ÁRBITRO E A MULHER DE CÉSAR.






Falei, ontem, na atuação do árbitro de Atlético x Fluminense. Falei de uma "teoria da conspiração" a favor do Flu, citando a "criação" de uma CBFlu. E falei do árbitro
(
http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2012/10/o-galo-manteve-seu-terreiro-venceu-o.html). Não gosto de jogar culpas em árbitros, e acho que apitam sob todo tipo de pressão, até dos comentaristas de arbitragem. Mas pelo que vi do árbitro, ontem, falei muito pouco. Em vários lances, jogadores do Fluminense deixaram a bola para agredir o corpo do adversário. Uma jogada do Deco foi, flagrantemente, impedir o contra-ataque: a bola indo para um lado e o Deco dando na canela do atleticano, fora da bola. Nem amarelo. Pelo conjunto que Deco apresentou, penso que merecia ter sido expulso. Pegou muito pesado, várias vezes. Na estatística do jogo, os jogadores do Atlético fizeram poucas faltas. Nem lhes interessava fazer, porque precisavam é de jogar bola. E como jogaram!
O que mais me impressionou, no entanto, foi a "coragem" do árbitro. Muita contra o Galo, nenhuma contra o Flu. Vejamos os momentos que considero cruciais para esta afirmação.
Apitou, corretamente, a falta de Leonardo Silva, que pôs a perder a magnífica cobrança de Ronaldinho. Foi uma prova de muita coragem do árbitro: estava no terreiro do Galo; torcida toda lá; o Galo precisando de ganhar o jogo, um gol lindo... Não é fácil para um árbitro fazer o que S. Sª fez.
Cadê coragem para expulsar o Fred? Ameaçou, chamou "à parte"... Não conseguiu apartar o Fred do grupo de jogadores do Flu que o estavam pressionando, flagrantemente. Tirasse um amarelo e mostrasse para um deles, e desmanchava a rodinha. Daí, poderia ter cumprido seu ofício e expulsado o Fred, que, em revide pela avacalhação de Júnior César, dera um golpe no rosto deste, derrubando-o. Penso que mereceia vermelho só pela agressão evidente. Não precisava tanto. Amarelando, o árbitro teria completado o serviço. A expulsão era conseqüência natural para quem já tinha o amarelo. O árbitro não teve coragem.
Daí é que me pergunto: por que teve coragem para enfrentar a massa atleticana? e por que não teve a mesma coragem para enfrentar um grupinho de jogadores do Fluminense?
Muito estranho... É preciso repetir: "Não basta que a mulher de César pareça honesta; é preciso que seja honesta".

Imagem: Futebol Distrital de Leiria.

http://futeboldistritaldeleiria.blogspot.com.br/

21 de out. de 2012

O GALO MANTEVE SEU TERREIRO. VENCEU O FLUMINENSE, O JUIZ E A TRAVE.

Foi um jogaço? Acho que nem tanto. O Atlético teve todas as iniciativas. A primeira finalização do Fluminense foi através de uma falta que Tiago Neves cobrou mal. O Diego Cavalieri foi quem garantiu. Sem falar em três bolas defendidas pela trave (uma delas com a colaboração de Cavalieri). O Fluminense fez muitas faltas, principalmente parando contra-ataques do Galo. Por isto penso que o Atlético venceu também o juiz. Foi condescendente com o Flu (há manifestações na rede garantindo que a CBF trabalha para que o Flu seja campeão; alguém até escreveu CBFlu; se acredito? acredito, sim, como em tudo o que for notícia de bandalheira no Brasil). Em dois lances, um com Deco, outro com Edinho, se não me engano, apenas quanto a este, os atletas do Fluminense deixaram a bola para atingir propositadamente o adversário. Nem amarelo, em um dos casos. Quando o Flu estava dando a saída, após o terceiro gol do Galo, o Júnior César entrou atrapalhando. Mereceu o cartão amarelo. Mas o Fred deu-lhe um empurrão. O árbitro ameaçou, tentou separar o Fred para amarelar, sendo o vermelho a conseqüência. Os jogadores do Flu fizeram pressão e o árbitro não teve autoridade para bancar o que começara a fazer. Quanto ao gol do Ronaldinho, a ansiedade foi do Leonardo, zagueiro do Atlético, que fez uma falta  não desnecessária, apenas, mas absolutamente contra indicada. Qualquer pessoa sabia o que o Ronaldinho iria fazer. Como fez.
Louve-se a capacidade técnica e física do Bernard. Penso que tem lugar na seleção brasileira. Ótimo domínio de bola, mesmo em velocidade, visão de jogo, coragem, velocidade... Coisa rara por aí. Não o destaco neste jogo, apenas. Na minha opinião, o Atlético apresentou vários destaques, uns completando outros.
Acho muito difícil o Galo vir a ser o campeão. Matemáticamente, dá. Mas depende de não perder - provavelmente, nem empatar - e contar com tropeços do Flu.
Se o jogo de hoje foi final de campeonato, o Galo brilhou muito!

Imagem: Solitários do Asfalto MC - BH.
http://www.solitariosdoasfalto.com.br/galo.html

CIVUCA COSTA FILOSOFANDO

Ele colocou a frase da semana entre aspas. Suponho, então, que não é de autoria dele. Mas bem que poderia ser.

"Pensar é para poucos. Pecar é para todos."

20 de out. de 2012

ASTERIX, O GAULÊS ESTEVE NA HISPÂNIA TAMBÉM.

                                                                                              Em "Goscinny e Uderzo levam Asterix e Obelix às Olimpíadas no ano 5 antes de Cristo"
(http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2012/08/olimpiadas-no-seculo-v-antes-de-cristo.html) - postagem que tem recebido algumas visitas até hoje, disse que tenho mania da revista que apresenta as aventuras de Asterix e Obelix pelo mundo (estiveram até na América, às voltas com índios e navegadores vikings, em A Grande Travessia).
Acho interessante como os autores tratam de certas relações, com atenção para as relações internacionais. Já naquele tempo, conquistadores vestiam pele de salvadores. Vou repassar apenas quatro quadrinhos de "Asterix na Hispânia".








Imagens: Asterix na Hispânia (Texto de Goscinny - Desenhos de Uderzo), volume 7 da coleção.

REMUNERAÇÃO JUSTA - COMO DEFENDER-SE DE TENTATIVAS DOS ESPERTOS

Entrando em um bordel, um sujeito deparou, na ante sala, com duas portas. Em uma estava escrito: "LOURAS". Na outra, "MORENAS".
Era mais chegado em morenas e entrou na porta correspondente. Deu de cara com outras duas portas: "BONITAS" - "FEIAS". Não será preciso dizer em que porta entrou. Passou por ela e deu de cara com outras duas portas: "NOVAS" - "VELHAS". Enveredou pela porta dass "NOVAS". Mais duas portas: "FRIAS" - "CARINHOSAS". Passou, rapidinho, pela porta das "CARINHOSAS". Ainda havia mais duas portas: "CARAS" - "BARATAS". Passou pela porta das "BARATAS", claro!
Saiu na rua.
Arrependo-me - como me arrependo - de não tido coragem de colocar esta estória em um painel bem visível na sala de espera do meu escritório de advocacia.

Foto: Ela é Minha Menina.
http://elaeminhamenina.wordpress.com/category/moda/

19 de out. de 2012

POR QUE NÃO?

Leio na revista Veja, de 17 de outubro último, que "Se for mesmo preso, José Dirceu terá de deixar de lado uma atividade que ocupa diariamente parte do seu dia -  o Blog do Zé. Pela legislação, presos não podem ter um blog".
A primeira indagação minha é sobre a probabilidade matemática de o José Dirceu não ser preso. Nem me vou ocupar de verificar nas leis os limites de penas previstos para os dispositivos legais que - conforme o STF - Dirceu transgrediu. Não sei se o "se for mesmo preso," significa probabilidade matemática de não ser ou uma pontinha de dúvida quanto à efetiva aplicação de penas, em limites que levem o ex-ministro à cadeia.
A outra dúvida: será que a lei que - conforme a Veja - impede presos de ter um blog não implica restrição do direito constitucional de liberdade de expressão?
Pelo que consigo entender, as penas que se pode aplicar a criminosos não implicam perda da cidadania. Se o condenado criminalmente segue sendo cidadão, há que se lhe garantir todos os direitos constitucionais, assegurados a todos os cidadãos.
Poderão perguntar-me se defendo criminosos. Já respondi a essa pergunta mais de uma vez. Minha resposta freqüente: Não! Defendo-me. Se um governo qualquer achar de restringir direitos constitucionais de cidadãos em situação de restrição de liberdade - mas mantendo a cidadania - estaremos no caminho da tirania. A simples oposição explícita tem levado muita gente à cadeia, ao seqüestro oficial camuflado, à execução oficial camuflada...  Pode ser perigoso o preso manifestar seu pensamento? Sim. Tanto quanto a manifestação do pensamento de qualquer cidadão. Além disto, sempre haverá "laranjas". O preso poderá comunicar-se através de um deles. E, afinal, a liberdade de expressão, que a Carta assegura, terá de estar, sempre e em todo lugar, atrelada à responsabilidade do comunicador, que a mesma Carta obriga.
Penso que temos muito medo da Democracia.

Imagem: Gerivaldo Neiva - Juiz de Direito
http://www.gerivaldoneiva.com/2011/12/veja-quer-calar-democracia.html



18 de out. de 2012

AMBULÂNCIAS PARA ESTÁDIOS. E AS CIDADES?

Não sabia que o Estatuto do Torcedor prescreve que os estádios têm de ter uma ambulância para cada dez mil pessoas. Bacaninha, não é? É.
Por que o Estatuto do Cidadão (de nunca ouvi sequer falar) não prescreve que toda cidade com mais de dez mil habitantes tem de ter uma ambulância? E mais uma ambulância para cada dez mil habitantes a mais? Ficaria mais bacaninha, não?
Como dizia o macaco Sócrates, "não precisa explicar; eu só queria entender".

Foto (que me inspirou esperança): SP Barueri.
http://www.spbarueri.com.br/nova-frota-de-ambulancia-da-cidade-de-barueri-telefones-para-contatos.html

FILOSOFIA DE RESTAURANTE

"O risoto de hoje é o frango assado de ontem e o croquete de amanhã." 

Desconheço a autoria. Foi-me falado por meu amigo Jacks, na década de 1960.

Foto: Puro Estilo, a beleza da mulher.
http://puroestilobelezadamulher.blogspot.com.br/2009/12/culinaria.html

PATATIVA DO ASSARÉ: COMO DEIXEI DE FUMAR

Certa vez, um cigarro astucioso
Me falou com disfarce de ladrão:
- para seres Poeta primoroso
Eu te ajudo na tua inspiração

Quando a mente cansada permanece
De sentido e de rimas bem vazia,
Com algumas tragadas te aparece
O que queres dizer em poesia.

Te incentivo a falar dos indigentes
E da vida que encerra dias breves,
Te forneço as imagens excelentes
No perfil da mulher que tu descreves

Desta minha fumaça o conteúdo
Alimenta o prazer de uma ilusão,
Tu me fumas poeta, que eu te ajudo,
Para nunca faltar-te inspiração

Risca o fósforo e me queimes, por favor,
Tu precisas compor a tua rima
E eu também procurando outro setor
Subirei bem feliz de mundo acima

Quando ouvi do cigarro os seus pedidos
Escutei um conselho para mim,
Eu senti penetrar em meus ouvidos
Uma voz a falar dizendo assim:

- O cigarro procura te enganar
Te iludir e fazer a tua ruína,
Vai fazendo teus versos sem fumar,
Não aumentes no corpo a nicotina

Quando ouvi esta voz suave e pura,
Do meu eu transformado me encontrei
E falei ao cigarro com censura,
Tenhas calma, amanhã te fumarei

E no dia terceiro, indiferente
Me disse ele: Fumante vagabundo!
Descobri o teu truque e estou ciente,
Só se acaba amanhã no fim do mundo

Dando Graças a Deus eu conheci
Que alcancei uma graça, uma virtude,
Foi com este milagre que venci
O maior inimigo da saúde.

Do livro "Aqui tem coisa" - Editora Hedra.

Foto: Biblioteca Patativa do Assaré.http://bbpatativadoassare.blogspot.com.br/2009/10/blog-post_24.html

17 de out. de 2012

NA BAHIA, A VIOLÊNCIA NO FUTEBOL ESTÁ NA DIVISÃO DE BAS

Parece inacreditável. Meninos do sub 13 do Bahia e do Vitória trocaram sopapos e pontapés, ao final do BA X VI realizado no último domingo, dia 14. A imagem mostra vários meninos do Bahia agredindo um menino do Vitória, que estava caído. São quatro ao lado dele e mais dois chegando. Aí, pegou geral. Todos envolveram-se em uma briga que ocupou quase todo o campo.
As imagens foram feitas da arquibancada.








VER VÍDEO EM: BOCÃO NEWS (Ficou pesado no blog).
http://www.bocaonews.com.br/noticias/principal/esporte/45544,presidente-do-vitoria-acusa-nilton-mota-de-colocar-gato-no-bavi.html


16 de out. de 2012

KAKÁ KÉ KOPA!

No jogo contra o Japão, terminado há pouco, Kaká mostrou que quer ir (ou melhor, vir) à Copa de 2014. Não foi a figura do jogo, porque várias figuras apareceram bem. Até o goleiro, quando precisou, tendo ficado claro que a seleção brasileira não jogou contra um time fraquinho. Kaká mostrou que quer porque correu como nos bons tempos, esbanjou técnica, raciocínio rápido, experiência. De quebra fez um gol, na jogada em que tinha duas alternativas (passar ou driblar), preferiu o drible e marcou. Por tudo isto, preferi falar apenas sobre o Kaká.

Foto: Capricho Garotos.
http://capricho.abril.com.br/namorar-pegar-largar/kaka-616915.shtml

13 de out. de 2012

ESPÉCIE ESPORTIVA

Cada espécie tem a sua linguagem. Até as plantas. Não raras vezes a linguagem serve a algum tipo de disfarce. Animais fingem-se de galhos secos, para poderem atacar presas desapercebidas; peixes fingem que suas línguas são apetitosas lagartas (ou coisas parecidas), para aproveitarem-se da gula de outros peixes que, na hora do ataque, viram presas. E assim por diante. A linguagem abusa, também, dos eufemismos. Maneira delicada de dizer algo desagradável.  
É o que vejo, freqüentemente, em programas televisivos, mostrando o que chamam de pesca esportiva. É uma modalidade esquisita: fisga-se o peixe, retira da água, mede, pesa, comenta, tira foto com ar de vitorioso, e
devolve o coitadinho para a água. Esse último gesto parece magnânimo: retornar à natureza o que a ela pertence. Então, apelida-se de pesca esportiva. Maldade pura. Já vi pescadores eventuais devolverem peixes pequenos à água. Mas sempre com explícita má intenção. Dizem: “vai crescer que quando estiver grande eu volto”.

Agora, o que vi, em um desses programas “esportivos”, foi “demais para os meus sentimentos, tá sabendo?” (expressão que copio do Chico Anysio): em uma dessas pescas "esportivas", focalizaram a pesca do piau. Peixe nada dócil. Fisgado, luta ferozmente para se libertar. Os pescadores gostam porque, em absoluta condição de desigualdade, medem forças com o peixe. Fisgam o peixe. Usam de artimanhas para evitar que ele afunde. Cansam o peixe. Acabam conseguindo tirá-lo da água. Vencem. Sempre com violência. Sentem-se heróis. Pura maldade, ainda. Maldade maior foi a expressão usada pelo comentarista do esporte, louvando as qualidades do piau. Fez a referência: “...essa espécie esportiva de peixe...”.
Espécie esportiva por que, uai? Porque luta para sobreviver? Isto lá é esporte? Será que o comentarista acha que o pescador combinou a prática do esporte com o peixe? Entendo como esporte a disputa entre duas pessoas ou equipes, uma disputa combinada e regulamentada. Na maioria das vezes, os contendores divertem-se com a contenda. Mesmo quem perde, creio, porque os perdedores sempre voltam a outras disputas esportivas. No caso da pesca, parece óbvio que o peixe não aderiu voluntariamente. E que, se retornar à água, e dependendo de sua vontade consciente (que parece não resistir a uma minhoca), jamais voltará ao anzol. Irá buscar minhocas no lodo do rio. Então, isso lá é esporte?

Foto exibindo troféu: QUISTY.

11 de out. de 2012

CRÍTICAS A ARBITRAGENS EM FUTEBOL. E A COERÊNCIA?

Aconteceu de novo, ontem. No "Tá na área", SporTV, falava-se sobre a simulação, jogadores encenando faltas que não conteceram. O comentarista observou que, na Inglaterra, jogador que simula é mal avaliado pela torcida, seja qual for. Os árbitros punem. Opinou que as simulações devem ser punidas, que não só é desrespeito para com a torcida, como pelo jogador que "praticou" a falta inexistente, podendo resultar até em cartão para ele.
Concordo.           
Mas discuto, há muito tempo, que jogador tem de cair gritando, contorcendo-se, dando todo sinal de dor e de sofrimento, para que os juízes apitem falta, conforme o jogo. As pressões são enormes, no sentido de que juiz deve "administrar" a partida.
Discuto, também, que, muitas vezes, o jogador não sofre falta mas cai, sem a intenção de simular. Ou tropeça no advesário, ou perde o equilíbrio, ou... Muitos têm sido punidos com cartão amarelo.
As coisas andam tão mal paradas que há jogador avançando para o "simulador", dedo em riste, para admoestá-los, tomando lugar do juiz.
Não sei como resolver. Acho que os técnicos poderiam desenvolver um trabalho para evitar a simulação. Todos os técnicos. Evoé, Tele Santana! - o homem do futebol limpo.
Depois de ouvir os comentaristas, à tarde, fui assistir ao jogo Corinthians x Flamengo, pela TV Globo. Um jogador caiu, em um lance. O juiz achou que foi simulação e deu cartão amarelo. Foi o bastante para que o comentarista de arbitragem achasse demais. Também achei. Não me pareceu simulação, mas uma daquelas circunstâncias em que, mesmo não havendo falta, o jogador cai. Mas como é que, à tarde, os comentaristas querem o maior rigor? Chega a noite e o comentarista acha que foi demais. Querer que se aplique cartão amarelo para a simulação - que nem na nobilíssima Londres - implica admitir que o árbitro possa enganar-se ao interpretar uma queda casual como simulação. Ou se exclui o cartão, quando o jogador simula, ou se admite que as interpretações de árbitros possam ser errôneas, pela rapidez do lance, ou por circunstâncias que possam confundir o juiz.
Por mim, acho que seria melhor "educar" os treinadores e dirigentes para que "eduquem" seus jogadores, do que ficar só pensando em punir, punir... e, depois, criticar... criticar... Muitas vezes ao sabor da paixão clubística. Não é só jogador que tem de ser ético. Treinador, dirigentes, preparadores físicos - todos eles - podem contribuir muito para que o futebol seja mais bem jogado.

Foto: Música do Gol.
http://musicadogol.blogspot.com.br/2012/03/federacao-espanhola-anula-cartao.html

10 de out. de 2012

EXPERIÊNCIA POÉTICA DO BLOGUEIRO - ULTRAJE




Muito bom já não basta!
O bom é bosta!
Só vale super,
Mega, ultra...   
Ultraje!
Um dia, a miséria reaje!




Imagem: Comic Vine

http://www.comicvine.com/ultra-mega-super-five/65-51928/

LEON ELIACHAR - FRASES COM ALGUM NEXO.

Só queria ver a cara do Cristóvão Colombo, hoje, tentando colocar ovo em pé a 120 cruzeiros cada ovo.

Frases de  Leon Eliachar Livro: O Homem ao Zero, Editora Expressão e Cultura, p. 121, 1967.

Foto: Frases Famosas.
http://www.frasesfamosas.com.br/de/leon-eliachar.html

SERÁ QUE O BRASIL MUDA MESMO?

A revista Veja, edição 2290, com data de hoje, traz, como chamada de capa: "O MENINO POBRE QUE MUDOU O BRASIL". O retrato é do menino que se tornou o Ministro mais badalado do Supremo Tribunal Federal - o Ministro Joaquim Barbosa.  
Não pretendo tratar do Ministro Joaquim Barbosa. A pauta é a chamada de Veja: "... MUDOU O BRASIL".
Mas o Brasil mudou mesmo? Vamos perguntar à revista Veja, na mesma edição.
Na página 86, uma "CENA DE CAMPANHA". Uma foto mostrando notas de 50 e de 100 reais, "...dinheiro apreendido em situação suspeita... Este iria para  condidato do PT em Parauapebas, no Pará, diz PF".
Gente! Em pleno julgamento do "mensalão", o Ministro Joaquim Barbosa "mandando ver" e a maioria seguindo, e os políticos transportando dinheiro vivo - mais de um milhão, segundo a Veja, transportados em um monomotor - dinheiro destinado, ainda segundo a Veja, a "esquentar" a campanha eleitoral de um partido, afirmando a revista que, segundo a PF, um dos presos já confirmou a destinação do dinheiro.
Como está mudando? Mudar é mudar, uai!
Continuemos esquadrinhando a Veja. Nas máginas 94/95, sob o título "A BELÍNDIA REVISITADA", traz informações do economista Edmar Bacha, sobre aspectos econômicos, no Brasil, em comparação com países estrangeiros. Fala da fragilização de rigor no combate à inflação, do protecionismo em alta e do favorecimento a um punhado de empresas escolhidas, pela política industrial. Vou ao ponto que considero principal:
"O primeiro ponto seria a aprovação de um teto para o crescimento nos gastos públicos. Assim a necessidade de financiamento do governo diminuiria".
Penso que aí mora o perigo. Se precisamos estabelecer limites a um governo, é porque o governo não se comporta segundo os canônes técnicos adequados. Entendemos, sempre, que precisamos de uma lei para mudar comportamentos. Sem pensar que os executores e os fiscais dessa lei são exatamente as pessoas que a mesma lei pretende subjugar: as autoridades executivas, que querem mais poder e mais dinheiro; as autoridades legislativas que querem mais assessores, mais verbas, mais tudo; as autoridades judiciárias que querem mais assessores, melhores remunerações... Penso que não estou exagerando.
Só duas coisas ninguém dentre essas autoridades quer mais: ser povo (ah! Stanislaw Ponte Preta...) e ser igual.
Então, meu Deus, o que pode mudar o Brasil, de verdade?
Vejo, no concerto das alternativas que acho viáveis, dois caminhos.
O primeiro é a educação - educação de verdade. Não só o conhecimento - porque, mal utilizado, o conhecimento pode mudar muito as coisas, para pior. Como tem mudado. Mas educação de pedir a bênção aos pais, de respeitá-los - e, de quebra, respeitar professores, autoridades, subalternos, cidadãos pobres, enfim, respeito absoluto entre as pessoas. Voltada para a adoção de conceitos éticos de vida.
O segundo é a comunicação. Data venia - como gostam os juristas - penso que não é o Ministro Joaquim Barbosa quem está mudando o Brasil. Cabe-lhe uma parcela respeitável, naquilo em que exerce seu cargo com dignidade - um tanto de excesso nos tratamentos, penso - e lógica.
O que pode mudar o Brasil é a transparência. A transmissão, ao vivo, das sessões de julgamento da Ação Penal 470 está expondo todos os Ministros à opinião pública. Desde há muito tenho a mania de pensar coisas impensáveiis. Quando, no governo Fernando Henrique, grampearam telefones do Presidente, manifestava-me no sentido de que, conforme o princípio constitucional da publicidade, os telefones das autoridades públicas deveriam estar todos "grampeados". O governo deveria fornecer números ao cidadão que, ligando para qualquer deles, entrasse em contato com as ligações do Presidente, do Vice, dos Ministros de Estado, dos Senadores, dos Deputados, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, e vai por aí. Pois a publicidade não é um dos princípios da Administração Pública? Ah! Mas algum deles poderia estar falando com a esposa, com um amigo... Então, que ligasse do seu próprio aparelho. Se o cidadão paga, para para atos da Administração Pública, sendo certo que é pública, então, pode saber de tudo o que as autoridades estão tratando. Se estiverem "tramando", aí que não se escondam atrás de instrumentos públicos. Pergundo:
Se os votos dos Ministros do STF estivessem sendo dados no recôndito da Sala das Sessões, teriam o mesmo conteúdo? 
Se sou desconfiado? Mais do que burro de olaria!


Foto STF no escuro: Blog Carmadélio.
http://www.comshalom.org/blog/carmadelio/24151-evangelicos-tentam-anular-decisao-do-stf
Foto STF à luz meridiana: Blog do Ônix
http://blogdoonyx.wordpress.com/tag/ficha-limpa-2/