8 de out. de 2012

CARREATAS E BUZINAÇOS.


Se, enfrentando a derrota e o triunfo,
conseguires tratar da mesma forma
a esses dois impostores,
.......................................................,
és um homem, meu filho!
 
Do poema Se... (If..., no original), de Rudyard Kipling.

Urnas escancaradas, resultados prontos, pude ouvir o barulhão de carreata e buzinaço.
Por que e para que? São costumes que acho pouco ou nada civilizados em disputas eleitorais.
Se for para dar notícia aos eleitores da vitória, vitória de quem? Dos candidatos ou do povo? Porque, após eleito, o ex-candidato não tem mais compromisso só com seus eleitores, mas com toda a comunidade. Ninguém é vereador, ou prefeito, ou governador, ou presidente, ou deputado, ou senador de um número determinado de eleitores seus. Passa a ter vínculo com todos os cidadão. Pelo menos deveria ser assim em uma sociedade civilizada, voltada para o bem e para a felicidade.
A carreata e o buzinaço também têm sido usados, muitas vezes, para provocar os adversários políticos. Há muitos casos de terminarem em baderna e até em vias de fato.
Poderão pensar que sou um bonzinho. Muito ao contrário. Costumo pensar que nem a estória da masoquista e do sádico.
Discuti com minha filha, metida em eleições lá pro sul de Minas. Partido de oposição, com probabilidades de vencer as eleições. Venceu. Enquanto as coisas corriam, disse à minha filha que meu ponto de vista seria no sentido de, vencendo as eleições, ficarem em casa, quietinhos todos, sem qualquer manifestação. Os perdedores iriam se roer de raiva. Pensando: Uai! Será que eles não consideraram importante vencer-nos?
Melhor do que fazer barulhão.
No civilizado, mesmo, penso que os eleitos devem manifestar-se com sobriedade, para todos cidadãos, falando mais da responsabilidade que passam a ter, como futuros administradores e legisladores, do que cantar vitória.
Estamos bem longe disto.

Imagem: Quadro "Operários", de Tarcila do Amaral, 1933.
Fonte: Macroscópio
http://macroscopio.blogspot.com.br/2011/11/sub-representacao-politica-as-palavras.html

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