Tem lógica, sim!
Centro das decisões nacionais, lugar onde estão, pelo menos teoricamente, as melhores cabeças pensantes deste nosso país, Brasília parece, também, um centro de contradições.
Começa pelo clima: a cidade vive, a cada dia, as quatro estações do ano. E como venta no outono de Brasília, que começa ali pelo princípio da tarde. O vento varre, forte, os grandes espaços que ficam entre o Conjunto Nacional e o Setor de Diversões Sul. Não é menos forte no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal. Ali entre os Ministérios e o Congresso, então, nem se fala!
Foi por causa do vento muito forte que vi gente andar de ré. Pior: eu me vi andando de ré! Passando por ali, lembrei-me de reler uma carta que escrevera ao Luiz Gatão, antes de colocá-la no correio. Foi a conta de o vento dobrar o papel ao contrário, ameaçando arrancá-lo de minhas mãos. Achei a solução depressinha: dei um giro no corpo e alguns passos em marcha-a-ré fizeram inverter, de novo, a dobra do papel que o vento forçava, agora em sentido contrario.
Mais tarde, passando pelo mesmo lugar, verifiquei que não era o único dono daquela solução. Um rapaz vinha lendo um jornal que o mesmo vento quase virou pelo avesso. O cara fez a manobra que eu "inventara" e deu alguns passos em ré. O jornal retornou à sua posição adequada. Mocinha de cabelos longos, que o vento assanhava mais que o desejável, solucionou da mesma forma: alguns passos em ré, e pronto! Cabelinho nitinho de novo!
O Poder esmaga a Fé |
Parece o centro das contradições.
Mas não é! Deve ser o vento.
Não é que, quando as decisões estão sendo tomadas, na melhor das intenções (calçamento de todo o piso do caminho que leva ao inferno), eis que bate forte e impiedoso o vento de Brasília, obrigando todo mundo a andar de ré?
É! Só pode ser o vento!
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