Lembrei-me de um dentista que tratou das minhas filhas mais velhas. Tenente PM Eolo Castilho, no Hospital da Polícia Militar, Belo Horizonte. São passados quase quarenta anos e ainda vejo a fisionomia calma e afetiva dele. Houve um caso em que achou que uma criança estava subnutrida. Pediu à mãe para autorizar que levasse a criança para casa, para cuidar dela e devolvê-la em melhores condições. Mas o que me encantava mais no Eolo era a forma como tratava as minhas filhas (ainda não havia, pelo menos oficialmente, odontopediatria). Penso que tratava todos os seus pacientes mirins da mesma forma. Assim que acabava o tratamento do dia, sentava-se à sua mesa, colocava a criança sentada de frente para ele e perguntava:
- De que sorvete você gosta?
- De coco (hipotéticamente).
O Eolo pegava o bloco de receitas e mandava lá: "Um sorvete de coco, com duas bolas, após o tratamento". Assinava e entregava para a criança. Que criança não se encantaria com ele?
Já há algum tempo, os tratamentos de crianças costumam contemplar a condição infantil, principalmente nas clínicas particulares.
No ano passado, tendo cochilado durante a vacinação gratuita, acabei indo ao laboratório de um médico amigo, para que fosse vacinado. Encontrei ali, na sala de vacinação, um aparato para entretenimento de crianças. Como ainda não ultrapassei a idade, aproveitei para brincar bastante. Em seguida, fui vacinado. E garanto que não chorei!
Nenhum comentário:
Postar um comentário