Um registro no diário, feito na década de 1960:
"Meu filho nasceu no momento exato em que acabava de se consumar uma revolução. Não sorriu nem chorou, pois tanto o seu sorriso como o seu chôro poderiam ser mal interpretados. Melhor era ver como ficavam as coisas, já que êle não entendia nada do que se passava. Seus olhinhos semifechados não davam para distinguir as coisas, muito menos as pessoas. Tenho a impressão que amanhã, quando êle abrir os olhos e estiver bem crescido, continue não entendendo nem as coisas nem as pessoas."
Fonte: "O Homem ao Zero", de Leon Eliachar, seção "Do Meu Diário", pág. 132.
Nota do cadikim: foi respeitada a grafia das palavras, conforme o tempo da publicação.
Foto: Contra-capa do livro.
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