Querido diário,
Estou desolada! Meus filhotinhos mexeram-se tanto no ninho, que já está pequeno para eles, e acabaram derrubando aquele meu ovinho. Quando cheguei ao ninho, entrei em deprê. Passei o dia todo fora, em estado lastimável. Papai até que fez de tudo para consolar-me. Disse-me que o ovo que vocês viram no ninho não iria chocar, que era um que havia gorado; que por isto nós tivéramos só dois filhotes; que a natureza é assim mesmo. Acho que está me enganando, para me botar para
cima. Contou-me que os bichinhos passam muito tempo alisando as penas e que estão se exercitando muito, bastante movimentos dos pés e batidas de asas com bastante velocidade. As asas estão com muitas e boas penas e as
cabecinhas já começam a cobrir-se de penugem.
Senti-me melhor. Quero ver meus pimpolhos bem de saúde e voando para a liberdade. Passei pelo ninho, à noitinha. Estavam lá, juntinhos, bem tranquilos. Vão passar a noite sozinhos, pois já têm penas capazes de aquecê-los e, afinal, enfrentam o período de
aprendizagem. Estão muito bem e convivem muito bem, não tem bronca no ninho. Logo logo, um abraço e tchau. Já estou recuperada do choque da perda do ovinho. Acredito que papai tem razão. Foi um que gorou. Vou preparar-me bem para a próxima.
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