26 de ago. de 2012

INDISCIPLINA NO FUTEBOL. O EXEMPLO VEM DE CIMA

Quando penso em disciplina, não quero relacionar com "manda quem pode, obedece quem tem juízo". No frigir dos ovos, entretanto, é isso mesmo. Penso assim porque relaciono disciplina a um sistema solar: vários tipos de corpos celestes movimentando-se a velocidades vertiginosas. Entra ano sai ano, a lua, o sol, os planetas, os cometas estão todos aí. Se mudarem de caminhos ou de velocidades, certamente sobrevirá o caos. Se digo que, no frigir dos ovos, é o mesmo que "manda quem pode, obedece quem tem juízo", é porque se for quebrada a disciplina que rege qualquer atividade, ou muda a atividade, ou estará fadada ao caos.
Futebol: jogo Villa Nova, de Nova Lima, contra Internacional, de Porto Alegre, pela Copa BH de Futebol Júnior. Terminado o jogo, em empate, o técnico do Internacional entrou em campo para tomar satisfações com o juiz, reclamando da arbitragem. Pouco depois, um zagueiro do Inter reclamou diretamente ao juiz e deve ter dito algo que o tenha desagradado. Levou cartão vermelho.
Primeira conseqüência: o zagueiro, que estava inscrito para a série de cobranças de pênaltes, ficou excluído do "ritual"; segunda conseqüência; se o Inter tivesse passado á fase seguinte, esse zagueiro não poderia jogar, estaria suspenso automaticamente.
Na minha opinião, a atitude intempestiva do técnico - entrar em campo para reclamar ao juiz - pode estimular jogadores a outras atitudes intempestivas. Intempestiva, sim, porque absolutamente fora de tempo e de propósito. Jogo terminado, ou decisão tomada pelo juiz, não há que reclamar, em campo. Pode-se fazer o maior barulho pela imprensa - "o choro é livre" - ou reclamar no departamento de árbitros, ou ir para tribunal. Mas reclamar, naquelas condições é dar riscos nágua.
Dorival Júnior também foi expulso, no jogo Flamengo x Botafogo. Reclamou de uma falta apitada contra o Flamengo - que existiu, a repetição do lance indicou. Poderia ter errado o juiz, sim. Mas por que não poderia ter errado o Dorival? Qualquer dos dois é falível. Do jeito que fez, Dorival quis tornar-se em juiz. Não está ali para julgar lances, mas para orientar a equipe. Que ficou prejudicada em razão de sua expulsão (se não ficou prejudicada, penso que Dorival é dispensável, então).
Pergunto-me, sempre, por que as atitudes indisciplinadas costumam ser exaltadas. Transgredir é importante? Rebelar-se, de modo civilizado, é saudável. Querer fazer diferente, também. Mas transgredir?
Vários jogadores, ao fazer gols, estão tirando a camisa, correndo para a galera. São delirantemente aplaudidos, em geral. Muitos acham que isto é a alegria do futebol. Mas esses jogadores sabem que receberão cartão amarelo. Ficam pendurados no jogo. Se já tiverem dois cartões, estarão suspensos para o próximo. Se tiverem só um, ficarão "pendurados".
Não gosto de citar nomes, mas vou correr o risco. O Jobson, jogando pelo Botafogo, tirou a camisa, logo após marcar um gol, no final de um jogo. Já estava "amarelado", por causa de uma besteira anterior. Ficou vermelho. Envolveu-se em outros incidentes, depois. Mostrava-se como craque. Estava jogando muito. Andou, andou... onde está hoje?
É só fazer um levantamento mental: como se comportaram os jogadores que conseguiram sucesso duradouro?
Quadradismo do véio ou uma realidade?

Foto (time do Villa Nova): globo esporte.com
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/villa-nova/noticia/2012/08/villa-nova-ja-sabe-quais-sao-os-adversarios-da-taca-bh-de-juniores.html

Nenhum comentário: