Já dissemos, aqui, que goleiro não ganha jogo. Salvo Rogério Ceni e alguns outros goleiros goleadores. E que no lugar onde o goleiro joga não nasce grama. Mas há outras - raras - oportunidades de um goleiro ganhar o jogo.
Hoje, pela Copa São Paulo, jogaram Fluminense x Cruzeiro. Empate em 1 x 1, no tempo regulamentar. Decisão por pênaltes, então. Os cinco cobradores do Cruzeiro converteram as cobranças em gols. Dos cinco do Fluminense, só três converteram. Isto porque o goleiro do Cruzeiro, Charles, defendeu uma cobrança de Biro-Biro, a terceira do Flu. A bola não bateu nele, não. Teve de fazer um movimento com o braço esquerdo, porque seu corpo já havia passado da trajetória da bola. Defendeu por ação. Como o Flu marcou o terceiro gol, na quarta cobrança, o quinto do Cruzeiro liquidaria a fatura. Como liquidou, 4 x 3, sem que o Flu pudesse cobrar o quinto pênalte.
Quando Hugo Sanches converteu a quinta cobrança para o Cruzeiro, o narrador esgüelou: "Hugo Sanches garante a vaga do Cruzeiro!"
Victor do Atlético Mineiro contra o Tijuana. A série de cobranças mais emocionante a que já assisti. |
O narrador perdeu a oportunidade de fazer justiça e de ser diferente. Preferiu esquecer a defesa de Charles, que foi importante, de verdade, para o resultado.
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