14 de jan. de 2013

JUSTIÇA! HÁ DOIS MIL ANOS TE MANDEI MEU GRITO, QUE EMBALDE DESDE ENTÃO CORRE O INFINITO... ONDE ESTÁS, SENHOR DEUS?... JUSTIÇA! JUSTIÇA! JUSTIÇA!... JUSTIÇA!...

O brado é de Castro Alves, poeta dos escravos, em Vozes D'África, 1868. Inicio com a primeira sextilha:

Deus! ó Deus! onde estás que não respondes?
Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes
Embuçado nos céus?
Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde desde então corre o infinito...
Onde estás, Senhor Deus?...

É um lindo e doloroso poema. Pode ser visto, na íntegra, em http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/v/vozes_d_africa.

Vamos ao principal:

"Mulher grávida é morta a facadas pelo marido em Conselheiro Lafaiete".
JUSTIÇA! JUSTIÇA! JUSTIÇA!... JUSTIÇA! JUSTIÇA!...

"Grávida é assassinada a tiros em Ceilândia, no Distrito Federal".
JUSTIÇA! JUSTIÇA! JUSTIÇA!... JUSTIÇA! JUSTIÇA!...

"Mulher grávida é morta por motorista bêbado no caminho para dar à luz."
JUSTIÇA! JUSTIÇA! JUSTIÇA!... JUSTIÇA! JUSTIÇA!...

Reclamos que a gente vê e ouve, desde há muito tempo, e que estão no rádio, na TV, na internet, nas Delegacias de Polícia, nos Fóruns Criminais...

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Onde estais, Senhores Governantes, Autoridades de todos os níveis e áreas, Deuses da Política e das Promessas de Campanha? Não ouvis esses brados? Essas súplicas? Ou sois incapazes de mudar o estado de violência que a televisão nos põe diante da face, desde o alvorecer até o fim do dia?


Há muito tempo vos mando meu grito,
Que embalde desde então corre o infinito...
Onde estais, Senhores?...



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