31 de jul. de 2012

PEDACINHOS DO CÉU - A TENDA DO AUSIER.


               Para os aficionados íntimos, Pedacinhos do Céu. Para minha mulher, Tenda do Ausier. Chorinho da melhor qualidade, ambiente delicioso, música criando clima de romance. Ausier chega a entrar em transe, com seu cavaquinho. Parece que viaja a outro mundo, cheio de magia.

               Acho que ele mesmo não sabe da magia que anda rondando sua casa.

               Estive lá, com minha mulher, duas irmãs e um sobrinho neto. Só pelo “sobrinho neto”, já dá para ver a idade da turma, né? Minhas irmãs, duas provectas senhoras, acima dos setenta. Animadíssimas, maravilhando-se com a música, com a cerveja geladíssima (uma só, a outra fica no refrigerante), com os petiscos. A leveza do ambiente, cada chorinho mais bonito que o outro, execuções seguras e cheias de sentimento.

               Mas não é que, de repente, baixou magia de verdade?

               Um dos freqüentadores achou de paquerar minhas irmãs. Embora minha mulher (muito mais jovem que nós todos) ache que é preconceito, minha filha e eu achamos que já é o primeiro milagre realizado na Tenda do Ausier um camarada, ainda que entrado em anos, paquerar as duas provectas senhoras acima dos setenta, sendo que o mercado masculino anda dos mais em baixa.

               O cara era insistente. Quando a mais nova das duas, talvez constrangida por viuvez recente (ou assustada, pela falta de convivência com a noite), resolveu “saltar fora”, sob o pretexto de levar o bisneto, já ferrado no sono, para o carro, engrenou uma quinta e partiu para a mais velha. Minha mulher bem que tentou colaborar com a magia e salvar a lavoura. Dispôs-se a levar o garoto para o carro, argumentando que de onde estava sentada poderia controlar a situação, pois o carro estava ao alcance da vista, bem próximo. Não adiantou. A paquerada (chamada de linda, pelo galã!) não quis ficar mesmo.

               Aí, foi com a mais velha. Trocaram palavras, ele deixou o endereço. Ela passou receita de sopa para ele. Grande princípio de romance. Minha mulher contrariada porque o galante conquistador ficava entre ela e o palco e ela, além de ouvir, queria ver, também. Mas gostando do romance e até dando o maior apoio.

               Num intervalo, chamou-me para ir até o palco, ver fotos de músicos que passaram pela casa (até o Lula, dando uma de artista, empunhando um cavaco, sem se mancar que passa longe daquela elite, de Waldir Azevedo, Altamiro Carrilho, Beth Carvalho... só fera!). Passamos algum tempo lá. Quando voltávamos, parou e mostrou-me nossa mesa. O galante cavalheiro segurava as duas mãos de minha irmã mais velha, expressões de enlevo, de parte a parte. Minha mulher apressou-se, marcando cerrado. Chegou a tempo de ouvir o cara dizer: “adorei conhecer a senhora!”

               Milagre demais? Ainda não. Ao sentar-se, minha mulher perguntou à cunhada onde estava a muleta dela (na verdade, é uma bengala). Minha irmã respondeu: “Está com você”.

               Não estava. Aí, minha mulher foi procurar no banheiro. Estava lá a bengala.

               É isto aí, Ausier. Para minha mulher, Pedacinhos do Céu virou Tenda do Ausier: não sabe se é o ambiente, a música, a simpatia, tudo o de bom que há na casa. De fazer velhinha largar a bengala! Médica que é, garante: se minha irmã voltar ao Pedacinhos do Céu (Tenda do Ausier, insiste) mais umas três ou quatro vezes, sai de lá curada!

NOTA: Pedacinhos do Céu fica em Belo Horizonte. Endereço, programação, etc., na página da casa (com direito de ouvir "Pedacinhos do Céu", de Waldir Azevedo, com Ausier ao cavaquinho):  http://www.pedacinhosdoceu.com.br/

O QUE PODEMOS TIRAR DE UMA OLIMPÍADA? II

Primeiro que tudo, constatamos que uma olimpíada oferece-nos oportunidade para comparar as diferentes condutas nos diversos esportes. Também permite-nos atentar para a natureza de cada um.
Nos esportes em que não há contatos pessoais, a disciplina da competição fica muito fácil. Infrações costumam aparecer apenas com relação a "queimar a partida" ou deixar de observar regra técnica.
Nos esportes em que há contatos pessoais, a coisa é bastante diferente. Nos comentários sobre futebol, é comum vermos referência ao número das faltas praticadas.
Tentando entender a generalidade dos esportes, penso que o conceito de falta pessoal deve estar ligada a erro quando da intervenção em uma jogada. Calcula-se mal uma distância, e atinge-se o adversário que se antecipou, em vez de atingir a bola. Há um remédio técnico para isto: preparação física e treinamento tático (posicionamento em campo). Penso que é o caso de se admitir como "normal" apenas a infração que possa ser catalogada como "culposa", sem a intenção de atingir o adversário, ou de cometer outra infração. Em contrapartida, temos a infração "dolosa", proposital. Não se trata de querer machucar o adversário, mas de segurá-lo, de derrubá-lo, de obstruir seu avanço, etc.
Daí, penso que, como punição para as infrações "dolosas", deve ser aplicado sempre o cartão amarelo.
Ah! Mas aí nenhum jogo vai terminar, porque os times acabarão com número insuficiente para continuar a partida! Verdade é que, no princípio, poderá ser assim. Mas as coisas irão acomodar-se, com a aplicação contínua e geral das regras.
Em um jogo de basquete, nas Olimpíadas 2012 (penso que foi no do Brasil), um jogador tomou a bola em seu campo de defesa e, quando contornava o adversário, para contra atacar, o mesmo segurou-o, impedindo que o fizesse.
Falta, conduta anti-desportiva: dois lances livres e saída de bola para o time que sofrera a falta. Bem mais grave do que as faltas que geram lateral e um tanto mais do que aquelas que geram apenas dois lances livres, sem inversão da posse da bola.
Por que estas considerações?
Penso que, quando um time vence um jogo qualquer, futebol, basquete, ou outro do tipo, praticando faltas seguidas, propositadamente, o jogo foi de outro esporte, não daquele que se dizia estava sendo jogado.
Vencendo com faltas propositais seguidas, o time, mesmo vencendo, não prova que é melhor do que o adversário.
Talvez eu só consiga pensar assim porque, na segunda metade dos anos 1950, quando se estudava francês no colégio, li um texto sobre Cid, o Campeador, um herói espanhol que desafiou a melhor espada do reino. O desafiado, pai de sua noiva, advertiu-o de que era muito jovem e que, certamente, não sendo capaz de superar o campeão, acabaria sucumbindo. Ao que o herói respondeu :
"Vencer sem perigo é triunfar sem glória!"
Um tanto romântico para nossos padrões, hein?

Foto: Documents étudiés - Terminale Spécialité.
http://www.cdechamps-lycee-delacroix.fr/spip.php?article307#

30 de jul. de 2012

EXPERIENCIA POÉTICA - POR QUE AS AMARELAS?



Por que tivera eu de escolher as amarelas,
Entre tantos matizes, muitos deles raros,
Senão para, em meus passos, me encontrar com elas,
Evocar momentos que me foram caros?


              Tivesse eu escolhido uma outra cor qualquer,
              a que não habitasse tanto em meus caminhos,
              e não teria sua lembrança a revolver
              de minha mais profunda intimidade os escaninhos.


Enquanto apenas as lembranças de um passado,
evocações fugazes de jardins e matos,
era-me bem mais fácil contemplar ipês.

As flores amarelas trazem-me você
vibrante de ternura e de desejo, inequívocos atos
de amor incontestável, ventos bons, meu fado.

29 de jul. de 2012

O QUE TIRAR DE UMA OLIMPÍADA?

Tem gente que consegue tirar muita coisa, mas de que pouco se aproveita o esporte ou o povão. Não quero meter-me, aqui, a deitar pregação sobre como deve ser tratado o povão. Não tenho leitura para isto. Mas tenho alguma experiência esportiva - não de alto desempenho, mas já vi alguma coisinha de perto e observo muito de longe - e então penso que posso, pelo menos, deitar falação.
Para que deve servir uma olimpíada senão para promover o desenvolvimento esportivo, em todos os sentidos: técnico, tático, físico, psicológico, cultural, científico, moral, e até filosófico? Penso assim.
Daí, passo a fazer observações e comparações.
Sempre me preocupo com a disciplina. Não se trata daquilo que muitos chamam de disciplina, no sentido de que "manda quem pode, obedece quem tem juízo". Disciplina, para mim, assemelha-se à ordem que vigora no sistema solar (não falo em galáxias, porque não tenho sequer informação visual): se um planeta muda de rumo ou de velocidade, acontecem coisas que apenas suponho sejam muito graves, mas cuja extensão desconheço. Então, prevalecem as leis da física, que os corpos não conseguem mudar.                                           
É muito rígido! dirão muitos.
Sim, mas para cada coisa, especificamente. Se você vai pescar, em um fim de semana, como lazer, não tem hora para chegar, para desenvolver a atividade previamente programada. Pode sair na hora em que achar legal; pode passear por vários lugares, antes de chegar; pode escolher pescar ou não pescar; pode resolver jogar baralho e não pescar... e assim por diante. Pode até jogar uma pelada que, certamente terá regras. Poderá estabelecer regras específicas para aquela pelada, fazendo-a diferente de todas as outras peladas. Mas todos os peladeiros terão de obedecer a essas regras.
Logo, se você pratica um esporte profissional, terá de observar muito bem, e de forma absoluta, as regras desse esporte. Caso contrário, estará praticando outra coisa, que poderá até ser o anti-esporte. Com o inevitável risco de gerar conflitos, que poderão degenerar em violência imediata e futura.
Achei muito bacana a relação atletas - árbitros em judô. Trata-se de um esporte cuja disciplina é muito enraizada e singela. O juiz fala nada. Só gestos. Comandos que são entendidos pelos participantes da luta, e rigorosamente obedecidos por eles. Quando vai advertir alguém, gira os braços e estende a mão empalmada para o participante faltoso. Não vi qualquer pessoa reclamar.
Poderão dizer que, em um ou outro esporte, essa rigidez tirará a graça. Poderão até ter razão. Mas será até a adaptação total.
Poderão dizer que juiz erra. Erros podem acontecer em qualquer esporte, não por má fé do juiz ou despreparo, mas por caso fortuito. Em hipóteses estranhas a isto, há que excluir os que agirem de má fé e preparar adequadamente os demais. Sem falar em preparo dos atletas e adaptação a um novo tipo e trabalho, e em preparar comentaristas de arbitragem para não ficarem indicando soluções estranhas às regras. Deixar esta última parte (segundo as regras, óbvio) para as Comissões de Arbitragem, como no caso de juiz brasileiro que teve decisão contestada e alterada pela Comissão de Arbitragem da Federação Internacional de Judô, hoje, nas Olimpíadas 2012, conforme noticia o Estadão Esportes (http://www.estadao.com.br/noticias/esportes,decisao-de-juiz-brasileiro-causa-polemica-no-judo,907574,0.htm). 
Voltarei a falar sobre observações nas olimpíadas, comparando atitudes de árbitros e de atletas, em esportes diferentes.

Fotos (editadas): R7 Notícias.
http://rederecord.r7.com/londres-2012/fotos/veja-imagens-da-conquista-historica-do-judo-em-londres/

A ARTE POÉTICA DE CÍCERO CHRISTÓFARO

NADA


Escrevo
Para entender o nada
Que se avoluma em minha mente
Fingindo-se que é tudo
Assalta-me assim
Sem mais nem menos
Disfarça-se em algo                                             
Que se parece concreto
Fica brincando de esconder
Nos cantos mais estranhos
Faz-se de tolo
Quando assovia para me distrair.
A melodia
É sempre linda, suave...
Costumo até dormir.
Quando acordo
Olha ele aí de novo
Se escondendo
Fantasiando-se de tudo

Foto: Rabisca-fé (Blog de Jaques Manz)
http://jacques-manz.blogspot.com.br/2012/04/tudo-ou-nada.html


28 de jul. de 2012

COMENTANDO COMENTÁRIOS: UMA DISTRAÇÃOZINHA E LÁ SE VAI MEU VESTIDO!





Criatividade é o que não falta. Inventam de
tudo. Vai daí que o "Planeta Bizarro" sempre encontra matéria. Está lá: "Grife colombiana inventa 'pulseira-xícara' ". Com foto e tudo. Uma mulher degustando um café, usando a nova criação de uma marca colombiana. 

Pode ser que faça sucesso. Mas muita cochilona ou muito cochilão que quiser usar vai correr o risco de sujar a roupa, se precisar ver as horas enquanto toma aquele cafezinho apressado.
Dúvidas?

Foto de Raúl Arboleda, em G1 PLANETA BIZARRO.

http://g1.globo.com/planeta-bizarro/noticia/2012/07/grife-colombiana-inventa-pulseira-xicara.html

27 de jul. de 2012

QUADRINHA: SINO, CORAÇÃO DA ALDEIA.



Sino, coração da aldeia,
coração, sino da gente.  
Um a sentir quando bate,  
outro a bater quando sente. 




Foto - Colina da Aparição, Fazenda Figueira, Carmo da Cachoeira-MG, 26 de abril de 2012: Zip, Zapt... Zoom!
http://ziptzaptzoom.blogspot.com.br/2012_05_01_archive.html

21/02/2013
Fui pesquisar sobre a autoria dessa quadra. Minha mãe foi quem me ensinou. Mas ignorava autoria.
Encontrei em lopesdareaosa (http://lopesdareosa.blogspot.com.br/2012/01/o-sino-que-chora.html). Está lá que os versos foram feitos por António Correia de Oliveira (assim mesmo, lusitano). Fui no encalço desse último e encontrei Falando de Trova - http://falandodetrova.com.br/correiadeoliveira, com mais de uma trovinha de autoria do António, que, segundo o sítio, nasceu em 30 de julho de 1879, em São Pedro do Sul / Portugal. Um dos mais importantes poetas portugueses que, na trova, foi a referência do mestre Orlando Brito. Faleceu em Esposende / Portugal, em 20/12/1960.

NO CASO DA TIM, DA OI E DA CLARO, O GOVERNO QUER FATURAR, MESMO COM PREJUÍZO EVIDENTE DO CONSUMIDOR.

Não gostei da atitude do governo, no caso da punição aplicada pela ANATEL às operadoras de celulares, que enfrentavam muitas reclamações de consumidores. Pelo que li, em várias páginas, o governo achou que quinze dias de castigo são suficientes, se as prestadoras prometessem que ficariam boazinhas. É claro que prometeram. O governo acreditou, como nós acreditamos nele. As concessionárias já haviam prometido quando concorreram às licitações, porque a concessão é um contrato em que o concessionário promete, sempre, comportar-se bem.
Não gostei, mas entendo.
Também Prometeu prometeu a Zeus uma bela refeição, oferecendo-lhe duas alternativas: iguarias raras e saborosas, dentro de um estômago de boi (uma bela refeição envolvida em um exterior repulsivo) ou ossos envoltos em uma camada de gordura reluzente (uma coisa que Zeus não conseguiria comer, dentro de um exterior atraente). Não cumpriu a promessa de bela refeição e, além disto, roubou o fogo do Olimpo, para dá-lo aos homens. Zeus não gostou bulhufas e mandou acorrentar Prometeu em um rochedo, onde um abutre (ou águia, ou corvo, que essa tal de mitologia mistura muito as marchas) comparecia, diariamente, para comer um pedaço do fígado do mortal. Fígado que se renovava diariamente, para ser comido novamente, no dia seguinte.
Millôr Fernandes objetou: será que perguntaram ao abutre se gostava de fígado?
Assim é: quem aplica  castigo costuma sofrer-lhe as conseqüências.
Assim no caso da ANATEL com as operadoras de celulares: não podem vender? Quem perde? O governo, que não arrecada impostos. Acho que arrecadação deve ser muito mais importante do que organização, do que o cumprimento de contratos de concessão, de respeito ao consumidor... Tanto é que as operadoras já estão anunciando uma grande venda de celulares, no próximo sábado, em São Paulo, onde será acrescentado um dígito aos números dos aparelhos.
De quebra, a tim está tendo o cuidado de prevenir-me, desde o dia 25, de que "Em função da inclusão do 9º dígito nos celulares do DDD 11 de SP, ao longo do dia 29/07 poderá ocorrer instabilidade em nosso atendimento, serviços e sistemas".
Zelosa, não é mesmo? O governo deve achar.
Além de preparar um baita faturamento, já arranja uma desculpa prévia para possíveis (ou esperadas) broncas no sistema, porque o acréscimo de um dígito já representa, em si, excessivo número de linhas.
Mas o governo não quer ficar que nem o abutre, que compartilhou  castigo aplicado em Prometeu: se mantém a proibição da venda de novas linhas, deixa de arrecadar muito, compartilhando a queda de faturamento das operadoras.

Imagem de Prometeu: Olympians.BR
http://olympiansbr.blogspot.com.br/2012/02/as-torturas-de-prometeu_24.html

O VELHO E BOM MILLÔR FERNANDES - A BÍBLIA DO CAOS

Seguimos postando "pílulas" do Millôr. Está na Bíblia do Caos:

Ó Tempora!
Seguindo Toynbee, fiz também minha precária avaliação da durabilidade ("mortalidade?") dos valores; o trabalho de artistas e homens de letras vive mais do que os feitos de homens de negócio, as conquistas dos soldados, as realizações de estadistas. O filósofo dura mais do que o historiador. Os profetas e os santos sobrevivem a todos.
E a perspectiva histórica - espécie de deformação, senão profissional, pelo menos psíquica de visão e projeção do pensamento, como é que fica? Pros homens comuns, homens de negócio e militares, a visão é quase a do dia a dia, com ocasional projeção para anos e décadas. Pra artistas, i.e., pintores, músicos, homens de letras, o cérebro abrange um espaço maior, gerações, mas tende a se aprofundar em sensitividade e psicologismo, e a se limitar no tempo. Já os historiadores projetam seu pensamento, naturalmente, em alguns milhares de anos. Os arqueólogos em muitos milhares de anos. Os geólogos abragem mais - milhões de anos. E os astrônomos só pensam mesmo na escala do googol (precursor do Google) e do ano-luz, ou seja, bilhões e bilhões de anos.

NOTA: O texto em vermelho (sem qualquer conotação política ou ideológica), homenageia a obra "O Livro Vermelho dos Pensamentos de Millôr".



Charge: Meu Palco (na imagem do google está "millôr.jpg").
http://www.meupalco.com.br/2012_03_01_archive.html

26 de jul. de 2012

FUTEBOL NA OLIMPÍADA: ATACANTE JAPONÊS ENSINANDO REGRA AOS ÁRBITROS.

Não é muito freqüente vermos juiz deixar de marcar impedimento quando a bola toca em um defensor, antes de ser tocada pelo atacante. Muitos comentaristas explicam que o defensor não passou a bola, mas apenas tocou nela.
Que nem caviar - "nunca vi nem comi, só escuto falar" - nunca vi a regra. Só ouço falar que o toque de defensor na bola tira o impedimento.
Hoje, quando todos esperávamos uma aula de futebol da seleção espanhola, jogando contra a japonesa, assistimos a uma aula de atacante japonês, sobre essa regra.
Defensor espanhol esforça-se para evitar um lateral, no lado esquerdo de sua defesa. Um pouco afobado, acabou tocando a bola na direção da linha de fundo. Um japonês que estava no caminho, recebeu a bola e, quando ia caminhar com ela, o juiz marcou impedimento.
O japonês não se conformou e ficou apontando para o jogador espanhol que a tocara e para a bola. Como quem diz: "foi ele quem tocou a bola para mim". O juiz fez cara de paisagem.
Pode ser que tivesse ficado impressionado com as explicações de alguns comentaristas. E achado que, para marcar impedimento, só se o espanhol tivesse dado um passe para o japonês.
Só se foi isto. Mas é demais para os meus sentimentos, tá sabendo?

Imagem: Blog do Guilherme Brian.

http://gx-guilherme2gx.blogspot.com.br/2010/08/jogos-olimpicos.html

SELEÇÃO FEMININA DE FUTEBOL NA OLIMPÍADA: VALORIZANDO O COLETIVO. MASCULINA, NEM TANTO.

Foi na construção do gol da Marta, no jogo contra Camarões. Cristiane deu uma arrancada, passou por adversárias, com direito a "gaúcha", que o comentarista chamou de "meia-lua" e que tem um montão de outros nomes. Depois da festa, deslocada para a esquerda, cruzou a bola. Marta teve o trabalho de guardar. Uma das jogadoras do Brasil (infelizmente, não consegui identificá-la) não correu para abraçar Marta. Correu na direção de  Cristiane. Nada mais coerente. Toda a construção da jogada fora feita por esta. Não se quer desvalorizar a conclusão da Marta, mas valorizar a construção de Cristiane.
Hoje, Brasil x Egito, gol de Leandro Damião. A bola fora lançada pelo alto, em direção á área. Subiram Leandro Damião e um adversário. Ninguém tocou na bola, que seguiu na direção da grande área. Oscar acompanhou-a, em velocidade. Alcançou, dominou, passou pelo goleiro egípcio e ainda teve de desvencilhar-se dele, que tentou agarrá-lo, ou, pelo menos, desestabilizá-lo com um pequeno agarrão (se é que possa haver agarrão pequeno). Livre, mas sem ânulo, deu uma olhada rápida para o meio e cruzou rasteiro. Leandro, chegando, acertou um belo chute. Saiu comemorando sem dar bola para Oscar - que lhe dera a bola. Foi Oscar quem se dirigiu a Leandro Damião, para comemorar com ele.
Gostei mais da atitude da jogadora - cuja identificação, por ironia, não sei - de correr para Cristiane e não para Marta.

Imagem: Blog do Guilherme Brian.
http://gx-guilherme2gx.blogspot.com.br/2010/08/jogos-olimpicos.html

DILEMA DE UM GALÃ



"Não sei se o meu enorme sucesso com as mulheres é devido à minha inexcedível beleza ou ao modo rude de tratá-las".





Meu amigo Zé Maria.



Foto: SD Superdownloads

25 de jul. de 2012

VIOLÊNCIA CONTRA VIOLÊNCIA


Ontem, tive, pela TV, a notícia do assassinato de uma Policial Militar, no Morro do Alemão. O narrador disse que foi a primeira policial feminina a morrer, em lugar ocupado por Polícia Pacificadora. Acrescentou que a tropa do Exército que operava na área retirou-se da operação, no início deste mês.
Logo em seguida, o mesmo jornal informou, como que em contrapartida, que empresas estão investindo pesado em tecnologia para defesa social. Mostrou armas que disparam mais projetis, no mesmo tempo que as menos modernas.  
Ponderei que o incremento de apetrechos para enfrentar marginais só aumenta a violência e coloca a sociedade em maior risco, porque muitos enfrentamentos costumam ocorrer em lugares onde muitas pessoas transitam - incluindo crianças, grávidas e idosos. São dois os riscos que a população corre: morte de um ou outro cidadão que passe por local de conflito, e o medo de transitar, com a impotência para uma solução eficaz. A revista Veja desta semana traz uma análise da situação de estresse de que pessoas estão sendo acometidas, nas capitais. Infelizmente, cidades de médio porte já sentem as agruras da insegurança.
Ponderei, mais, que as medidas operativas para combater a violência - o enfrentamento físico em zonas urbanas, inclusive - não são as únicas que podem e devem ser tomadas. Há um elenco de medidas preventivas, de médio e longo prazo, que poderão ser eficientes, dentre elas a educação e a saúde, além de oportunidades de trabalho. Mas isto custa mais caro do que os equipamentos bélicos.


Imagem: Blog Agreste em Foco-RN.

http://agresteemfoco.blogspot.com.br/2012/05/noticias-do-rn-monte-alegrern.html

24 de jul. de 2012

A ANATEL É INDEPENDENTE E NÃO SE SUBORDINA A QUALQUER ÓRGÃO DE GOVERNO. O EXECUTIVO PODE INTERVIR?

É óbvio que a suspensão das vendas de novas linhas, chips, etc., das operadoras de celulares, determinada pela ANATEL, teria de resultar em muito choro e ranger de dentes. Resultou. O Judiciário segurou a onda.
E o Executivo?
Vejo duas notícias. Uma na página Portugal Digital (Informação e Comunicação Luso-Brasileira), outra em G1 Economia.
Na primeira (http://www.portugaldigital.com.br/economia/ver/20070684-governo-ameniza-decisao-da-anatel-de-suspender-vendas-de-operadoras-de-telefonia-movel): Governo ameniza decisão da Anatel de suspender vendas de operadoras de telefonia móvel.
Na segunda (http://g1.globo.com/economia/noticia/2012/07/governo-espera-que-operadoras-voltem-vender-chips-em-15-dias.html): Governo espera que operadoras voltem a vender chips em 15 dias.
As notícias divergem quanto ao explícito, mas aproximam-se no que é implícito: o Governo meteu a colher. "De com força"! Pelo menos foi a conclusão que tirei de excerto da notícia do G1, texto entre aspas, conteúdo atribuído ao Ministro Paulo Bernardo:

“ 'Ela [a presidente Dilma Rousseff] acha que foi bem conduzido pela Anatel e tem que ser bem conduzido agora. Eu falei: ‘presidenta, nós não vamos resolver isso em 15 dias, mas nós achamos que num um prazo de 15 dias é possível ter um plano, ter compromissos públicos que sinalizem pra solução desses problemas’. E aí autorizamos a vender os chips, as novas linhas, condicionada ao cumprimento desses compromissos', explicou o ministro."

Cortou o meu barato. Hoje, pela manhã, transcrevi informações sobre as atribuições e poder da Anatel, para cumpri-las - poder que achei de realçar como muito grande. Agora, vejo que não é bem assim - como, de resto, muita coisa que anda pelo meu Brasil.
Escrevi - transcrevendo do Portal Anatel - que a autarquia é "administrativamente independente, financeiramente autônoma e sem subordinação hierárquica a nenhum órgão de governo", referindo-se à Lei Geral de Telecomunicações (LGT) e que "suas decisões só podem ser contestadas judicialmente".
Até comentei que, com esta regra aí, o Executivo livra-se de enfrentar as questões que mandou que a Anatel decidisse.
Não acho nem quero que o Executivo possa furtar-se a decisões graves. Terá, no entanto, de mudar  a lei.
Pode ser que um pobre advogadinho de província não esteja sendo capaz de entender. Se for isto, façam o favor os senhores legisladores de redigir as leis de modo que o brasileiro médio possa entendê-las, para não ficarem nas malhas dos juristas superiores, presumidamente só eles capazes de interpretar.
Se a autarquia é administrativamente independente, autônoma, e sem subordinação hierárquica a nenhum órgão de governo, então não posso entender como o Ministro das Comunicações e mais algúem - que suponho seja a Presidente da República - tenha como afirmar que "E aí autorizamos a vender os chips, as novas linhas, condicionada ao cumprimento desses compromissos".
A minha pobre interpretação é no sentido de que o Executivo intervém na Anatel, contrariando a LGT.
Para que a lei? Bobagem! Precisamos é de ter as operadoras funcionando a pleno vapor.
Bobagem de quem se mete a entender de lei, no Brasil. Como disse, hoje, pela manhã, fazem o que querem, e como querem.
Por que? Sei lá! Bem que pode ser uma ajudazinha nas campanhas eleitorais que se avizinham: primeiro, aperta; depois solta, satisfazendo as operadoras e os que querem comprar chips e novas linhas. O governo, empenhado em campanhas de vários Estados, superou a Anatel e mandou ver.
Não participo da atividade política partidária, e já estou dispensado de votar. Mas tenho o direito de pensar o que quiser. Inclusive que é bobagem minha.
No mais, continuo como o Sócrates, do Planeta dos Macacos: "só queria entender"!

Imagem: Dando Pitaco.

AGORA, A ANATEL! PARECE QUE AS OMISSÕES NÃO PREJUDICAM A ECONOMIA.

Tenho minhas impressões pessoais sobre telefonia celular e sobre o grau de respeito por consumidores. Para falar, tento conhecer o que se publica na mídia. Quanto à primeira impressão, sempre observei insatisfação de usuários de celulares. Quanto à segunda impressão, o grau de respeito, de fornecedores de bens e serviços, para com os consumidores, em geral, é muito baixo. Sou consumidor de serviços de bancos, de energia elétrica e de telefone. A mídia anuncia, frequentemente, que são campeões de reclamação nos procons. A revista Veja vem confirmar minha impressão, quanto à telefonia, fixa e celular (assunto momentoso) e, de quebra, sobre energia elétrica e bancos: a frequência de insatisfação de consumidores está assim distribuída, segundo a revista (edição nº 2279, 25/07/2012, pág. 70): telefonia celular, 66%; transporte público, 63%; energia elétrica, 61%; bancos, 57%; telefonia fixa, 57%; convênios médicos, 50%.
Observe-se que apenas os convênios médicos não representam aquilo que, há muito, chamo de fornecedores de massa, porque, na área da saúde, a massa está no SUS. Chamo assim porque, em tudo o que se refere a massa, o consumidor vira um número. E conhece os entraves à adoção de providências enérgicas do poder público, para implantar o respeito que o Código de Defesa do Consumidor recomenda. Melhor, exige, até com a previsão de sanções penais.
Se são esses fornecedores de massa os responsáveis por tanta insatisfação, no Brasil, a solução está em o consumidor de massa ir à Justiça. Não é bem assim. Esse consumidor sabe que poderá adiantar, mas a longo prazo. Tenho em mãos, agora, os autos de duas ações que movi a uma empresa de telefonia, a primeira, uma cautelar, em 16/09/2008 e uma ordinária, em 30/10/2008, porque havia lançado um tempo de uso absurdo, de DDD, em minha conta: 314,5 minutos (mais do que eu falara em qualquer mês inteiro). Pois bem. A medida cautelar só ficou em condições de decisão no dia 06/10/2010, dois anos depois do ingresso em Juízo. E só foi decidida em 20/01/2012, mais de um ano e meio depois. A ação ordinária também ficou em condições de decisão no dia 06/10/2010 e foi decidida em 20/01/2012. E olha que sou idoso, com prioridade nos andamentos de processos. O juiz reduziu o valor da ligação, de R$99,59, cobrados pela empresa, para R$6,53. Os mais afoitos poderão dizer que eu deveria estar satisfeito, porque ganhei. Perdi muito, isto sim: quase quatro anos envolvido com um assunto que tentara solucionar através de contato com a empresa, através de seu serviço específico e não conseguira, salvo se tivesse me submetido a uma imposição: abatimento simbólico de R$10,00, na ligação reclamada. Com incidentes de percurso, como o fato de negar-me um serviço, imotivadamente, desobedecendo uma determinação do juiz. Além de não ter atendido a uma requisição judicial, para apresentação das gravações das conversas com que tentei solucionar o impasse, informando que haviam sido extraviadas.
Poderão objetar que estou trazendo um caso pessoal para o teatro. Não é o que pretendo. Pretendo retomar a discussão em Juízo, por danos de que me sinto vítima. Meu caso é um dos inúmeros que assolam a pobre Nação deste país.
Os fornecedores de massa sentem-se tranquilos. Fazem o que querem e como querem. Como, de resto, o fazem os graúdos mal educados do mundo. As tais agências reguladoras, criadas para equilibrar as coisas, não o fazem adequadamente. A Justiça é lenta demais, o que desestimula a demanda real. Daí, o consumidor fica desprotegido.
Chegamos à ANATEL. Antes de comentar os fatos em andamento, vamos ver para que deve servir a autarquia.  Segundo encontramos no Portal da Anatel (http://www.anatel.gov.br/Portal/exibirPortalInternet.do), vimos que é administrativamente independente, financeiramente autônoma e sem subordinação hierárquica a nenhum órgão de governo. QUE FORÇA, HEIN/!!!!!! Ainda no mesmo portal: 
"A missão da Anatel é promover o desenvolvimento das telecomunicações do País de modo a dotá-lo de uma moderna e eficiente infra-estrutura de telecomunicações, capaz de oferecer à sociedade serviços adequados, diversificados e a preços justos, em todo o território nacional". Sobre os poderes da Anatel, está: "A Agência herdou, do Ministério das Comunicações, os poderes de outorga, regulamentação e fiscalização, além de um grande acervo técnico e patrimonial. Compete à Anatel adotar as medidas necessárias para o atendimento do interesse público e para o desenvolvimento das telecomunicações brasileiras, atuando com independência, imparcialidade, legalidade, impessoalidade e publicidade. Suas decisões só podem ser contestadas judicialmente" (grifei). Ou seja: o Poder Executivo livra-se de suas obrigações de fornecedor de serviço de massa e, como em determinados segmentos sociais muito ricos e mal educados, grita, através de uma lei: "Pode cuidar de seus direitos!".
Segundo a veja, "A TIM estava na mira dos órgãos reguladores havia dois anos". No caso da tim e de outras operadoras, o tal órgão regulador é a Anatel.
Por que só agora? Esperou chegar ao ponto de estrangulamento. Se o consumidor quiser discutir isto (porque a omissão é uma decisão é uma decisão da Anatel), que vá cuidar de seus direitos em Juízo! Bonitinho, não é?
A gente só sabe das omissões depois da porteira arrombada. Muito tempo depois do mensalão, foi publicado pela mídia que o tal de COAF detectou operações duvidosas em contas que poderiam estar envolvidas.
Consequência de tudo: a crise econômica não é causada nem pelo pobre mortal que toma uma cachaça no boteco qualquer, nem pelo mais afortunado que toma um chopp em Ipanema, nem pelo cidadão que compra um carro mais bacaninha.
As crises econômicas são causadas por quem opera mutretas com muito dinheiro. Vejam os exemplos mais recentes, no mundo, envolvendo empresas imobiliárias, bancos, etc. Só ricaço. E os órgãos governamentais ou autárquicos - financiados pelo da cachacinha, do chopp, do automóvel bacaninha - dormem sobre berços esplêndidos, ou sobre dosséis convidativos ao pecado.

Imagem Defesa do Consumidor: MA ADVOGADOS.
http://maadvocacia.adv.br/?page_id=59
Foto Castelos: Blog do Renato Meneses.
http://renatomeneses.blogspot.com.br/2009_10_01_archive.html
Foto dossel: Casos de Casa.
http://www.casosdecasa.com.br/index.php/dicas-uteis/para-sonhar-camas-com-dossel/




23 de jul. de 2012

MENSAGEM DA TIM EM MEU CELULAR. NÃO CONCORDEI. MAS A BRONCA FICOU EM MINHA CAIXA DE SAÍDA.

No dia 19 de julho de 2012, 5ª feira, às 18 horas, um barulhinho em meu celular indicou que acabava de receber uma mensagem. Fui verificar. Era da operadora de telefonia tim. Naquele momento, já tivera notícia de que a anatel bloqueara a venda de celulares novos, no Rio Grande do Sul, de uma das operadoras. E ouvira a notícia de que outras operadoras haviam sido atingidas pela decisão da anatel, sendo a tim uma delas. Ouvira, também, que a medida fora estendida pela anatel a dez Estados. A mensagem dizia:   
"Sobre notícias recentes, informamos que continuamos investindo  para garantir a qualidade dos serviços e sua satisfação. Obrigado por ser cliente TIM".
A tim não informava quais eram as "notícias recentes". Será que partia do pressuposto de que o tal "cliente TIM" estava obrigado a saber das "notícias recentes" ou tinha vergonha de ter de se explicar? Penso que o fornecedor tem de ser absolutamente explícito quando dirige alguma mensagem ao consumidor de seu produto ou serviço.
Depois de pensar, preferi enviar uma mensagem à tim:
"Não concordo com a tim porque não estou satisfeito plenamente. Há falhas frequentes em ligações e as causas são as mesmas que determinaram a intervenção da anatel. Ficarei feliz se as providências vierem."
Quando mandei enviar, vi o sinal de "enviando". Em seguida, a mensagem:
"Não enviado, salvo na caixa de saída".
Para elaborar esta postagem, tive de retornar à mensagem. Verifiquei que, ao contrário da entrada da mensagem da tim em minha caixa de mensagens, a qual estava datada, a minha mensagem para a tim não indicava data. Não há como provar a data de meu contato, a não ser com perícia judicial, que deve custar caro. Mas se a tim precisar provar a data da mensagem dela, conseguirá facilmente.
Verifiquei, também, que minha mensagem ainda permanecia na caixa de saída. Tentei reenviá-la. Mesma mensagem "enviando" seguida de "Não enviado, salvo na caixa de saída". Repeti varias vezes a operação, com o mesmo resultado negativo.
Ou seja: a tim "não consegue" fazer enviar minhas mensagens para ela chegarem ao destino.
Mas não é que hoje, 23 de julho, antes que tivesse tentado reenviar a minha mensagem à tim, às 09:07 (horário registrado no celular), a tim enviou-me outra mensagem:
"Dica TIM: seja o primeiro a receber infos de lanÇamentos de aparelhos,ofertas exclusivas,promoÇões e descontos" (como está na mensagem).
Tremenda cara de pau! Mão única? Não é admissível. Mas está assim. E, afinal, como posso estar certo de que a tim tem capacidade física para oferecer mais celulares, e autorização legal para oferecê-los?
A gente já sabe, há muito tempo, que as operadoras vendem mais linhas do que sua capacidade técnica de operação.
Principalmente por isto, minha bronca com a tim é menor do que a bronca que tenho com a anatel, que, pelo que sei, acho que deve cuidar disto.
Vou falar disto depois.

PS: é proposital "tim" e "anatel" com minúsculas. Para mim, não estão a merecer maiúsculas, que não podem ser usadas para esconder defeitos.

Imagem de cesta de lixo: primeiraedição.
http://primeiraedicao.com.br/noticia/2011/10/17/campanha-incentiva-descarte-correto-de-lixo-eletronico
Imagem de celulares estragados: Target HD.
http://targethd.net/2011/01/13/vivo-fara-coleta-de-celulares-na-campus-party-brasil-2011-cpbr4/

22 de jul. de 2012

PÊNALTE CONTRA O GRÊMIO: CEGUEIRA GERAL OU OUTRA COISA?


Vi, como diziam os antigos, com estes olhos que a terra há de comer: o Gilberto Silva
segurou o atacante do Botafogo (não me lembro qual), dentro da grande área, primeiro por trás, com o braço direito na altura do peito, depois, mão no ombro, com o braço esquerdo, depois gravata. Por um tempo, que calculei ser suficiente para muita gente ter visto. Pelo jeito, ninguém viu, porque o pênalte que vi não foi apitado.  


Após o jogo, o Gilberto foi entrevistado. Perguntaram-lhe sobre o lance. Respondeu, na maior simplicidade (só admissível com a maior cara de pau), que fora um lance normal, nada demais e que o juiz estava bem colocado.

Se estava, de verdade, tinha de ter visto. Se tiver sido assim, não deu porque não quis, ou porque foi acometido de repentina e rápida cegueira.
Chego à conclusão de que a tal de tecnologia poderá ajudar muito pouco, ou nada, se não houver algum tratamento que venha a ser dispensado aos juízes. Poderá ser, até, o de torná-los profissionais exclusivos. Será preciso, também, um controle melhor sobre os departamentos de árbitros, para que os juízes e auxiliares não fiquem joguetes de comentaristas - até meus, também.
Verdade incontestável é que os juízes não podem ou não querem acabar com o "agarra-agarra" na área. Não se pode partir do princípio de que, em geral, dois adversários se agarram. Se ocorrer, um cartão amarelo para cada um poderia resolver. Não importa que o jogo termine antes do fim, contrariando o Chacrinha. Vai acabar prevalecendo a disciplina. Principalmente depois que colocaram mais um árbitro na linha de fundo. Cegueira geral é que não dá. Agora, quando um só agarra (foi o caso de Gilberto Silva), o pênalte deve ser marcado. 
Esse tipo de coisa tira muito da beleza do futebol. E, não raras vezes, descamba em violência.


Imagem: Dicionário de Símbolos.

20 de jul. de 2012

VOCÊ SABIA?

Minha mãe contava que meu avô chegou bêbado, no dia de Natal. No dia seguinte, tornou a chegar bêbado. Então, minha avó chegou junto:
- Você já bebeu ontem. Por que bebeu de novo, hoje?   
O cara de pau:   
- Ontem eu bebi porque era dia de Natal. Hoje eu bebi porque é dia de Santo Estêvão.
Cá pra nós: você sabia que 26 de dezembro é dia de Santo Estêvão? Comemore!



Imagem: English Study Institute
http://esinstitute.blogspot.com.br/2010/11/to-get-wasted.html

19 de jul. de 2012

CPMI: VAMOS ARREDONDAR AS COISAS?



                                                                                              
É preciso que a CPMI deixe uma coisa bem clara: quem recebeu? quem pagô?

Imagem: Força Jovem Padre Pedro.
http://conexaoforcajovem.blogspot.com.br/2012/03/duvida-maldita.html

18 de jul. de 2012

EXPERIÊNCIA POÉTICA DO AUTOR

PREFERÊNCIAS

Periferia é lugar marginal,
À margem da cidade,
À margem da vida,
À margem da felicidade.
 
Periferia,
preferia não!

Viver na periferia
Já feria.
Agora, fere mais.             
Ninguém prefere
Uma chaga a mais.
Periferia,
preferia não!

Periferia,
Será que algum dia
Vão olhar pra você?
Parar de sofrer
É o que eu mais queria.
Preferia não viver na periferia.

Foto: Fabiana Rasta

http://fabianarasta.blogspot.com.br/

E SE NEYMAR TIVER UM PIRIRI? (EDIÇÃO EM 11 ABRIL 2020)

Dizem que dá quando a gente menos espera. Pode acontecer mesmo quando são tomados todos os cuidados para evitá-lo. Sei que a Seleção Olímpica do Brasil tem nutricionista, médico, cozinheiro (acho que tem, porque outras levavam, inclusive por causa do feijão). Mesmo que não tenha, sabe-se que os dirigentes irão tomar grandes cuidados com o rango da tropa. Mas que pode acontecer pode.
Secando o Brasil? Jeito nenhum! Não acho que uma vitória olímpica, inédita no futebol de tantas e grandes glórias, vá mudar a vida dos brasileiros. Como, de resto, nem uma das cinco mudou, nem os panamericanos, as libertadores, as copas américas. Vai servir como mote para promoções pessoais e políticas.
Então, por que o medo de Neymar ser acometido de eventual piriri?
Por causa do texto na capa de Veja Olimpíada 2012, julho. Está lá com todas as letras:

"Neymar é a esperança de medalha de ouro inédita no futebol".

Significa que, se Neymar tiver um piriri, gripar, machucar, der birra (não tem perfil, mas não se deve descartar qualquer hipótese, para afirmar o que está na capa da Veja) ou coisa parecida, vai-se a esperança dos brasileiros em conquistar a tal de "medalha de ouro inédita"?
Isto será bom para os demais jogadores? E o técnico? Não conta? A comissão técnica? Os cartolas? Todos dispensáveis? Só o Neymar resolve? Ou só resolve o Neymar?
Nunca é demais repetir que se insiste em individualizar os heróis do futebol, que, pelo menos em tese, é esporte coletivo. Millôr disse que, com o trabalho de equipe, podemos dispensar os heróis. Precisamos de heróis para servir de exemplos? Nem sempre o são. Precisamos, sim, para que virem garotos-propaganda. A mídia precisa, para ganhar mais com publicidade. Se todos forem craques, ninguém é craque. Então, é preciso destacar um, para gáudio da publicidade.
Acaba que o importante passa a não ser o futebol, mas o cracaço. Vai daí que, muitas vezes o  cracaço desvia-se do futebol, para viver o garoto-propaganda.
Neymar é craque. Mas parece que, em alguns momentos, desvia-se do craque para incorporar o garoto-propaganda.
Pelé também foi garoto-propaganda. Mas podemos ver que Pelé não alcança o Neymar, quanto a este quesito (nos demais, Neymar precisa de muita estrada, ainda, e com muito sucesso). Vejamos a foto de Pelé, estampada na capa da revista Realidade, em 1966. Um craque alegre, sorriso aberto, olhar sonhador. A de Neymar, na capa de Veja, julho de 2012, mostra um Neymar que a mim parece um rapaz flertando com uma gatinha que a produção pudesse ter colocado à sua frente, na hora da foto. Ou foi mal Neymar, ou foi mal a produção.

Foto: Conversa de Balcão.com.br
http://debalcao.blogspot.com.br/2012/08/veja-faz-releitura-de-revista-historica.html

EDIÇÃO EM 11 ABRIL 2020.

Lá se vão 8 anos desde a publicação do texto aí de cima. A seleção olímpica brasileira não foi campeã em 2012. A "esperança" que a Veja apregoara não se realizou. Ficou na prata. Conseguiu a façanha do ouro no Brasil, em 2016, Neymar capitão do time, autor do gol do empate com a Alemanha e do penâlti de desempate para a vitória. Parou nessa medalha. Disputou a Copa de 14 e sofreu desleal ataque de um adversário, tendo ficado de molho por bom tempo. Ironia: escapou de ter participado dos 7 x 1. O resultado teria sido o mesmo com Neymar em campo? Ou aquela fratura de vértebra foi o "piriri" de Neymar?