segurou o atacante do Botafogo (não me lembro qual), dentro da grande área, primeiro por trás, com o braço direito na altura do peito, depois, mão no ombro, com o braço esquerdo, depois gravata. Por um tempo, que calculei ser suficiente para muita gente ter visto. Pelo jeito, ninguém viu, porque o pênalte que vi não foi apitado.
Após o jogo, o Gilberto foi entrevistado. Perguntaram-lhe sobre o lance. Respondeu, na maior simplicidade (só admissível com a maior cara de pau), que fora um lance normal, nada demais e que o juiz estava bem colocado.
Se estava, de verdade, tinha de ter visto. Se tiver sido assim, não deu porque não quis, ou porque foi acometido de repentina e rápida cegueira.
Chego à conclusão de que a tal de tecnologia poderá ajudar muito pouco, ou nada, se não houver algum tratamento que venha a ser dispensado aos juízes. Poderá ser, até, o de torná-los profissionais exclusivos. Será preciso, também, um controle melhor sobre os departamentos de árbitros, para que os juízes e auxiliares não fiquem joguetes de comentaristas - até meus, também.
Verdade incontestável é que os juízes não podem ou não querem acabar com o "agarra-agarra" na área. Não se pode partir do princípio de que, em geral, dois adversários se agarram. Se ocorrer, um cartão amarelo para cada um poderia resolver. Não importa que o jogo termine antes do fim, contrariando o Chacrinha. Vai acabar prevalecendo a disciplina. Principalmente depois que colocaram mais um árbitro na linha de fundo. Cegueira geral é que não dá. Agora, quando um só agarra (foi o caso de Gilberto Silva), o pênalte deve ser marcado.
Esse tipo de coisa tira muito da beleza do futebol. E, não raras vezes, descamba em violência.
Imagem: Dicionário de Símbolos.
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