17 de nov. de 2012

AINDA UM POUCO DE AZEDUME


Não passou! Nem sei se vai passar. É só ler os jornais e conseguimos índices quase estratosféricos de azedume. Mas vou guardar um tempo para falar de outras coisas, em outra postagem. Vou aliviar e falar só "um poquim", para não deixar esfriar e para não perder o costume.
Meu último dia em Brasília. Leio o Correio Brasiliense, cortesia do hotel. Chamada de primeira página: "Risco iminente na Esplanada". O texto subjacente diz que "A explisão numa subestação da CEB,..., expôs a precariedade dos equipamentos de combate a incêndios".
Não consigo evitar o pensamento - pessoal, claro, e sujeito a todas as contraditas do mundo - de que este não é o risco maior nem mais iminente na Esplanada. Penso que tem coisa "mais pior" acontecendo lá. Acho, também, que não sou só eu quem pensa assim. Minha filha, que mora aqui, disse-me que um grupo de teatro (acho que é isto mesmo) está levando uma obra intitulada "Brasília - um Plano sem Piloto"). Deve ser de algum autor muito subversivo, com a cumplicidade dos atores igualmente subversivos, que pretendem - todos eles - desestabilizar governo.
Mas não podemos deixar de dar importância àquele risco iminente a que se referiu o jornal. Mesmo porque abre a página 25 informando:

"EXPLOSÃO / Diante da falha do sistema de contenção de chamas da subestação do Ministério dos Esportes, Defesa Civil demonstra preocupação com a segurança de outros edifícios. Alguns prédios não contêm sprinklers, equipamento obrigatório contra incêndios" (negrito em obrigatório é meu).

Em seguida, horroriza: "Alerta na Esplanada". E fala do "não funcionou" e do "se tivesse funcionado". Informa, depois, que em blitz realizada pelo Correio, percorrendo onze dos dezenove prédios na Esplanada, verificou-se que não havia sprinklers em alguns andares de cinco deles.
Não estou, definitivamente, preocupado com os senhores ministros e políticos de alta estirpe que freqüentam os ministérios. Nem mesmo com os funcionarios graduados, os de confiança e até os demais.
Minha preocupação essencial é com "euzinho" mesmo e com aqueles que vivem e transitam na densidade do meu bas fond.
Afinal, se ministros, funcionários graduados, demais funcionários, trabalhando (todos?) na boca do lobo, relegam sua própria e preciosa segurança a nenhum cuidado, a ponto de a Esplanada estar sendo considerada uma bomba relógio, a ponto de negligenciarem até quanto a instalação de equipamentos obrigatórios - obrigatoriedade que nos é imposta a todos, por leis instituídas lá naquela mesma Esplanada - como é que poderei acreditar que tenham tempo de se preocupar com a minha segurança - e de todos os co-habitantes de meu bas fond?

Foto: Mídia News.
http://www.midianews.com.br/conteudo.php?sid=8&cid=140659

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