18 de nov. de 2012

AUTORITARISMO: DIRIGENTES PENSAM QUE A INSTITUIÇÃO SÃO ELES



Não consigo entender certas coisas que se passam pelo esporte (e por muitas outras áreas da vida).
O Fluminense conseguiu sagrar-se campeão, por antecipação. Pretendia receber a taça no Engenhão, palco do jogo com o Cruzeiro. CBF disse não. A entrega da taça teria de ser no seleto espetáculo que a entidade promove ao final de cada campeonato, com melhor jogador, artilheiro, melhor goleiro, revelação, essas coisas.
Não por que? Não torço para time algum. Logo, não estou em prol do Fluminense. Pretendo estar em prol da maior entidade dessa instituição que se chama Futebol: a TORCIDA. Quem banca tudo é essa entidade. Não existisse torcida e não haveria "parceiros" que só são parceiros das entidades CBF e Clubes, porque usam a estrutura campeonatos, para promover seus produtos, através, principalmente, de vendas de camisas de Clubes - através das quais colocam um montão de apaixonados para fazer suas marcas circularem pelo mundo, pagando para fazer a propaganda das marcas que "patrocinam" o futebol. Os Clubes, que têm grandes torcidas e, por isto dizem que são seu maior patrimônio, têm patrocínios garantidos. Não sei o que a CBF lucra com isto, mas penso que a entidade não existe de graça. Olha: não haveria nem CBF, nem Federações Estaduais, nem Ligas...
Então, por que roubar ao torcedor do Fluminense - ou de qualquer outro Clube - oportunidade da alegria, da emoção e da inevitável zoação de adversários, assistindo à entrega da Taça? Em nome de uma festa que tem objetivos explicitamente  comerciais e, provavelmente, eleitoreiros?
Não consigo ser um manso. Queria, mas não consigo. Não sou poeta, mas gostei de ler em Vladimir Maiacoviski que "a um poeta manso não se pode chamar poeta".
No meu inconformismo, imaginei que, se tivesse a direção de um Clube Campeão, tentaria uma forma de a Torcida, mesmo com ingressos nas mãos, não entrar no estádio, mas formar, do lado de fora, um grande corredor, em fila dupla, para passagem dos Campeões, sob aplausos e flores, à saída do estádio. Não compareceria à festa da CBF e pediria a jogadores do Clube, homenageados, que não comparecessem também.
Estou certo de que a CBF sentiria o golpe.
Felizmente, algum deus do futebol iluminou as cabeças dos envolvidos na questão, e o Flu recebeu sua taça diante de sua Torcida, que pôde fazer a festa, mesmo em face de uma derrota que não lhe tirou o brilho da conquista.
Amanhã, falarei de FIFA. Acho que também anda pisando no tomate.


Imagem Torcida Flu: Resende SIM.

http://saboiasim.blogspot.com.br/2009/12/homenagem-ao-fluminense-e-torcida.html

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