30 de nov. de 2012

O ANTI-PUBLICITÁRIO DE NOVO

Sei que penso besteira, viajo muito... Mas algumas coisas parecem confirmar minhas maluquices. Como a de ser anti-publicitário, por exemplo. Penso não ser radical. Acho a publicidade brasileira muito criativa. Mas há excessos e até falta de ética que acabam incomodando.
Estava lendo Leon Eliachar, agorinha mesmo. Ele disse achar muito mais divertido e mais prático ver os anúncios. Ligava a tv em qualquer canal e via os anúncios, sem preocupação de horário. Achava que os anúncios variavam muito mais do que as piadas e as músicas. Está lá, na página 47 de "O Homem ao Zero": "A técnica é chatear tanto até ficarem em nosso subconsciente - se é que alguém consegue ter subconsciente assistindo televisão. ... Geniais mesmo são as geladeiras que duram tôda a vida. Mas muito mais geniais são os textos garantindo que cabe tudinho dentro delas, mas acho que não têm tanta certeza, pois fazem questão de botar uma moça bem bonita pra mostrar a geladeira... E as televisões baratíssimas, cada vez mais vendidas, dentro dos novos planos de venda. Ao invés de bolarem uma televisão mais perfeita, ficam é bolando planos de venda. No dia  em que inventarem uma televisão que focalize a cara de um sujeito com menos de três orelhas, não precisam nem fazer anúncio: é só exibir, que esgota no mesmo dia." E assim por diante... (Obs.: O texto é da década de 1960, e está conforme a ortografia da época, e com a qualidade (?) das transmissões).
Tenho implicância com logomarcas. Quando um cara vai abrir uma empresa, a primeira preocupação é com a logomarca. Muitas vezes, mais importante do que o controle de qualidade. Dizia eu, em discussões com colegas, que quando todo mundo tem logomarca, ninguém tem, ou melhor, ninguém é diferente.
Pois bem. Assustei-me, ontem, ouvindo, pela tv, que foram presos integrantes de uma quadrilha, e apreendidas armas. E que - acreditem! - a logomarca da quadrilha estava gravada nas armas. Meu Deus! As quadrilhas estão cada vez mais audaciosas. Em vez daqueles cuidados para não aparecerem, passaram a explicitar, nas armas, a existência e a atividade da quadrilha. Preocupa-me tamanha desfaçatez em visibilidade. Até os piratas do caribe e aqueles que costumavam trabalhar para a rainha da Inglaterra (coisa de romance e de filmes; não acredito que a rainha da Inglaterra se metesse nessas paradas) - até os piratas - repito, tinham o cuidado de preservar o anonimato, até a hora do "vamo vê", ou seja, pouquinho antes da abordagem, hasteavam o pavilhão da caveira.
Tá ficando difícil, sô!...

Imagem: SABORDIGITAL
http://sabordigital.wordpress.com/2010/02/

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