"Onde tem cultura brasileira tem as mãos da Caixa"
Não é verdade! Pior: a propaganda mais hedionda que vi, pela TV, foi da Caixa Econômica Federal. Era uma cena envolvendo crianças e o tema era um assalto ou um seqüestro, que as crianças estavam planejando. Pelo que entendi da cena, contra o pai de uma delas, para obrigá-lo a abrir uma poupança para o menino. Felizmente, alguém interveio e só vi a peça uma vez. Tiraram do ar rapidinho.
Quando freqüentei o curso de publicidade e propaganda, discutíamos sobre ética na comunicação. Um colega falou: "Mas como é que vou ganhar dinheiro?". Sei que não é a generalidade. Tanto que gosto da publicidade brasileira e se fui ao curso foi para ver de perto uma coisa que me agrada muito.
Mas não consigo deixar de reagir aos abusos.
Agora, a Caixa quer passar a idéia de que tem o monopólio da cultura brasileira? Ou então, acha que aquilo que não tem o patrocínio da Caixa não é cultura brasileira? Pelo que penso, o que dizem os comunicadores é o que diz a Caixa. Como dizia Dona Ephigenia, presunção e água benta cada um tem na quantidade que deseja.
Penso que fica muito feio alguém - no caso a Caixa - querer apropriar-se de tudo o que está em determinado universo - o cultural, no caso - mesmo que apenas parte possa pertencer-lhe. Já vi espetáculos muito bons patrocinados pela Caixa. Louvo a participação. Mas não abarca tudo, como apregoa.
Acho que faz parte do espírito banqueiro. Não fica bem para uma instituição que diz ter finalidade social.
Incomoda-me, sim. Cultura é um terreno difícil e árido. Vai daí que respeito é bom e eu gosto!
Imagem: Blog do Hestranho.
http://helderestranho.blogspot.com.br/2012/08/a-cultura-como-objeto-de-politica.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário