Dia 23 de abril (dia do nascimento de Pixinguinha) foi instituído como Dia Nacional do Choro e como tal tem sido comemorado anualmente por pessoas e entidades afeiçoadas ao Choro, esse gênero musical genuinamente brasileiro.
O choro foi criado a partir da mistura de elementos das danças de salão europeias e da música popular portuguesa, com influências da música africana. Surgiu no Rio de Janeiro, por volta do final do século XIX (WikipédiA). Informações mais amplas sobre esse surgimento serão encontradas em "Choro, gênero musical", "Joaquim Antônio Callado", considerado o Pai dos Chorões e "Chiquinha Gonzaga", precursores. De lá para cá, é enorme o número de compositores e executores do choro: Pixinguinha - considerado o Pai do Choro pela enorme contribuição, como compositor, solista e arranjador. Engrossam as fileiras - citando só alguns - Benedito Lacerda, parceiro de Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Valdir Azevedo, K-Ximbinho, Abel Ferreira, Ernesto Nazareth, Zequinha de Abreu, Severino Araújo, Antônio Carlos Jobim... uma infinidade.
Criado como gênero essencialmente instrumental, cresceu com várias fisionomias e admitiu letras e interpretações vocais, realçando os poetas Vinnícius de Morais, João de Barro, Tom Jobim... e as cantoras Ademilde Fonseca (Rainha do Choro) e Lígia Jacques (tem muito mais gente, viu?).
A homenagem a Sebastião Vianna fica por conta de sua atuação não só como instrumentista (flauta, piano, acordeon) mas como reconhecido pedagogo, formador de muitos músicos. Foi Regente da Orquestra Sinfônica da Polícia Militar de Minas Gerais. Nessa condição, Mestre Geral de todas as Bandas de Música da Polícia Militar de Minas Gerais, espalhadas pelo território mineiro. Criador de Escola de Formação Musical da PMMG, na qual jovens com entre treze e dezesseis anos de idade eram matriculados e incluídos na Corporação, recebendo vencimentos correspondentes aos de Soldado, para aprendizagem de música. Essa Escola forneceu músicos para a Orquestra Sinfônica da PMMG e para as diversas Bandas de Música. Frequentei a Escola e, depois de formado, afastei-me para formação na atividade da Corporação, na qual permaneci por trinta anos. Dentre os professores e músicos, convivi com instrumentistas de alto nível. Dos colegas, vários ganharam espaços na Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, na Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro e, mais tarde, em Universidades de Música, como UFRJ e UNICAMP.
Quando conheci Sebastião Vianna, era Capitão Maestro da Orquestra Sinfônica da PMMG. Transferiu-se para a Reserva como Tenente Coronel.
Há algum tempo, assistindo a apresentações de flautistas no YouTube, deparei com o nome de Sebastião Vianna na capa de um CD. Fui pesquisar. Com 92 anos de idade, gravara com sua flauta, som firma e limpo, composições do "Pai dos Chorões", Joaquim Antônio Callado.
Minha homenagem tem motivo.
Colo, abaixo, manifestações feitas sobre a vida profissional de Sebastião Vianna, incluindo uma Tese de Mestrado por Fernando Pacífico Homem, Universidade Federal da Bahia - Escola de Música: "As Influências do Maestro Sebastião Vianna no Cenário Musical Erudito de Belo Horizonte".
Ouça a polca "Zinha", de Pattapio Silva, na flauta de Sebastião Vianna:
https://www.youtube.com/watch?v=4rV0FRSBxFM&ab_channel=Sebasti%C3%A3oVianna-Topic
As Influências do Maestro Sebastião Vianna no Cenário Musical Erudito de Belo Horizonte
Detalhes bibliográficosAno de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | Homem, Fernando Pacífico |
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Orientador(a): | Robatto, Lucas |
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Banca de defesa: | Castro, Beatriz Duarte Pereira de Magalhães,Ribeiro, Artur Andrés,Robatto, Lucas,Shwebel, Heinz Karl Novaes,Brandão, José Maurício Valle |
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Tipo de documento: | Tese |
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Tipo de acesso: | Acesso aberto |
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Idioma: | por |
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Instituição de defesa: | Universidade Federal da Bahia - Escola de Música
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Programa de Pós-Graduação: | Programa de Pós-Graduação em Música da Universidade Federal da Bahia
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Departamento: | Não Informado pela instituição
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País: | brasil
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Palavras-chave em Português: | |
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Área do conhecimento CNPq: | |
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Link de acesso: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27815
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Resumo: | Sebastião Vianna foi músico, regente, administrador e pedagogo com expressiva atuação em Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais. Reconstituindo a trajetória deste personagem que transitou através do tempo por várias áreas e gerações musicais, realizamos um levantamento histórico das origens e tradições musicais de Belo Horizonte. Para aferir suas influencias no cenário musical da cidade foram estudadas também as principais escolas, teatros, orquestras e instituições ligadas à música. Foram estudadas com maior profundidade a Escola de Formação Musical da Polícia Militar de Belo Horizonte e a Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais, instituições onde Sebastião Vianna dedicou maior parte de sua vida. Este estudo se justifica pela relevância da atuação de Sebastião Vianna na formação de profissionais que atuaram ou vem atuando na capital mineira e várias cidades brasileiras, além das ações por ele desenvolvidas pela evolução do cenário musical desta cidade. |
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https://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UFBA-2_f63c5d0ee4a5afb9ec0241cc1e8ba197
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Sebastião Vianna, músico e ex-professor da UFMG, falece aos 93 anos
segunda-feira, 20 de abril de 2009, às 10h31
Na madrugada do dia 18 de abril, o músico Sebastião Vianna faleceu aos 93 anos, após sofrer uma parada cardíaca em sua residência, em Belo Horizonte. Ele foi professor da Escola de Música da UFMG e, entre 1970 e 1975, foi também diretor da escola. Sua gestão foi marcada pela fundação, em 1972, da Orquestra Sinfônica da Escola de Música da UFMG, que é hoje uma referência para o cenário cultural de Belo Horizonte e de Minas Gerais.
Sebastião Vianna era maestro, pianista, flautista e acordeonista. Durante muitos anos, ele trabalhou como assistente e revisor das obras do compositor Heitor Villa-Lobos. Foi também ex-regente da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e mestre geral de todas as bandas da Polícia Militar de Minas Gerais. Sebastião Vianna interpreta Joaquim Callado é o nome de sua última obra, lançada no ano passado. Entre seus colegas de trabalho, além de Villa-Lobos, estavam músicos famosos como Cláudio Santoro, Lourenço Fernandes e Camargo Guarnieri.
O maestro deixou quatro filhos, dos quais três são hoje músicos reconhecidos: Rosane, Andersen e Marcus Vianna. O sepultamento ocorreu ainda no dia 18 de abril, às 17h, no Parque da Colina.
https://www.ufmg.br/online/arquivos/011678.shtml