10 de mai. de 2016

É UMA PENA! MAS TEM GENTE QUE ACREDITA... NOS VAIS-E-VENS DOS POLÍTICOS

Sabemos, perfeitamente, que a maré não está nem pra piabinha. Mas como bons brasileiros (profissão esperança), seguimos acreditamos que as mudanças irão resolver depressinha os nossos problemas (veja-se que não sou "petralha" nem "coxinha"; estou mais para "yo soy contra", que nem o barbeiro que fazia a barba de um Contra-Almirante e, quando este declinou seu posto, o barbeiro retrucou: "eu também sou contra esse povo todo aí!"). Pedindo desculpas pelo devorteio, vejamos o andar da carruagem: o Temer espalhou que iria diminuir o número dos ministérios, que teria um ministério de notáveis... logo que o pessoal começou a aderir, começou a diminuir a diminuição de ministérios e a substituir notáveis até por um pastor na ciência e tecnologia (as minúsculas homenageiam a desimportância que penso foi dada ao referido ministério). Agora, em face de reações desfavoráveis a suas intenções, já fala em reduzir dez ministérios... e - parece, também - mudar de ideia quanto a ministros. Um vai-e-vem que não tem tamanho.
Provavelmente inspirado pela estratégia da possibilidade de ir e vir (não a de natureza constitucional, óbvio), o Presidente da Câmara dos Deputados (que as pessoas assinalam como "interino", como se esse detalhe tirasse a sua legitimidade para praticar os atos de competência da referida autoridade), o Waldir Maranhão entendeu de anular a sessão da Câmara na qual os Deputados, por maioria qualificada, decidiram enviar ao Senado, para seguimento regular, o processo de impeachment da Presidente da República. Foi um rebu, viu? Presidente do Senado ignorou, muitos criticaram, uns poucos - pelas circunstâncias - defenderam a medida. Movimentos de recorrer ao STF, movimentos de recorrer à Mesa, ao Plenário da Câmara, de propor a cassação do Waldir Maranhão, de expulsá-lo do partido... O moço não conseguiu segurar-se nas rédeas: acabou cancelando o cancelamento. Pior é que havia dito, na véspera, em declaração à imprensa (não foi entrevista coletiva) que "A nossa decisão foi com base na Constituição, com base nos Regimento (sic), para que possamos corrigir, em tempo, vícios que, certamente, poderão ser insanáveis no futuro. Nós não estamos, nem estaremos, em momento algum, brincando de fazer democracia" (http://g1.globo.com/politica/processo-de-impeachment-de-dilma/noticia/2016/05/maranhao-recua-e-revoga-decisao-em-de-anular-sessao-do-impeachment.html). Primeiro que tudo, seria preciso saber se o Presidente da Câmara pelo menos sabe brincar de democracia. Depois, vê-se que ou mentiu quanto aos fundamentos de sua decisão ou não é capaz de suportar as pressões que costumam assolar qualquer titular de cargo. A não ser que o Deputado tivesse considerado a perspectiva de, por causa da anulação, quando vigente, ainda, o Senado resolvesse decidir primeiro o caso do Senador Delcídio do Amaral, que andou empurrando com a barriga, para, ainda como Senador, votar contra a Dilma. Se foi isso, deu certo. Também foi na base do vai-e-vem.
Assim o futuro eventual substituto na Presidência e o substituto na Câmara: o vai-e-vem é característico da política.
Nem parece que a Nação está aperreada!

Imagem: ABM (Associação Brasileira de Municípios.
http://www.abm.org.br/senado-aprova-projeto-que-define-padrao-para-cobranca-do-iss/

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