Estupefato, percebi que todo aquele ambiente era pura ficção. O que a tela da tv passou a mostrar-me era um boteco de copo sujo, baixíssimo astral, escuro a esconder manchas de vômito no assoalho, na rua um carrinho, quase desmanchando, onde alguém assava churrasquinhos, bêbados emborcando a "última", e um senhor mal vestido, cabelos desalinhados e barba por fazer, roupa amarfanhada, parecendo contrariado, mas bancando o engraçado, falando impropérios. Os circunstantes, igualmente desalinhados, um com camisa molhada da cachaça que deixara escorrer da boca, outro com a calça suja de molho de tomate, divertiam-se e riam.Bebi o último gole da cachaça vagabunda que me tocara, engoli aquele pedaço de linguiça fria e gordurenta, e fui embora dormir.
Imagem: Papo de Bar.
https://www.papodebar.com/em-defesa-dos-botecos/
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