13 de abr. de 2020

RADICAL? ASSUMO! ASSUMA!



RADICAL? ASSUMO! ASSUMA!

Penso que estamos enfrentando coisa "mais pior" do que o tal coronavírus. Esse mesmo, que saiu para uma turnê internacional, deixando atrás de si a inquietação, a impotência, o medo, a morte e até desavenças políticas envolvendo autoridades de um mesmo governo - o brasileiro.
Não vou escolher lado. Vou relatar apenas o que foi relatado e o que vi em jornais televisivos, com imagens - adianto que foi a Globo News, sim - e emitir minha opinião. Nenhuma leitura de feicibuque, nem compartilhamentos de zap-zap, as únicas redes que conheço. Se a Globo News mentiu ou exagerou, ou se as imagens que vi são montagens, que alguém diga agora ou cale-se para sempre.
Assisti, em programa da Globo News, a parte da entrevista que o Ministro Mandetta deu no Fantástico. Mantém, em linhas gerais, a indicação de isolamento social. E, é claro, teve de responder a perguntas sobre sua saída do Ministério. Não preciso entrar em detalhes. Há notícias fartas e bisbilhotice também por aí.
Vi a aparição do Presidente Bolsonaro em Águas Lindas, visitando as obras de hospital de campanha. Vi-o caminhando sem máscara, em meio a muitas pessoas, em distâncias que não são as recomendadas pelo Ministério da Saúde, que segue na senda da Organização Mundial de Saúde (OMS); vi-o de frente para a multidão, gesto largo, braços estendidos para o alto formando um "V" sobre os ombros, semelhante a gestual de comício. Já o vira antes em Brasília, ainda pela TV, entrando em estabelecimentos comerciais com número considerável de pessoas, cumprimentando apoiadores e recebendo o beija-mão de uma senhora.
Na minha reconhecida ignorância, não sei se está certo o Mandetta ou o Bolsonaro. Só entendo que o conflito não interessa à Nação Brasileira, que precisa é de proteção e de quem tem, pelo menos oficialmente, a melhor condição de provê-la: o Governo. Fosse a oposição a divergir, este texto não teria sido escrito.
Atrevo-me a opinar sobre a atitude de cada um. Vejo, nas entrevistas do Mandetta, que tem coerência com a situação: se o vírus infecta por contato; se não temos vacina; se há dificuldade quanto a número de leitos hospitalares e UTIs, existentes e futuros; se o tempo e a grana são curtos para dotar o país de adequada quantidade desses elementos; se existe o risco de incidir um número demasiado grande de pessoas infectadas, então parece-me que o mais racional é evitar o contágio, sendo o isolamento social o meio disponível para a maior parcela da população.
Penso que, em qualquer necessidade de escolha, há que se admitir que Mandetta possa estar laborando em erro e, com ele, governos de outros países e a própria OMS. Não se admitindo, qualquer discussão é dispensável. Tentando uma projeção de resultados futuros, admita-se, no mínimo para não obrar em preconceito, que um ponto de vista divergente que venha a ser implantado poderá dar resultados favoráveis e a população vir a beneficiar-se disto. Mandetta poderá vir a ficar muito mal na fita.
Por outro lado, se o Presidente diverge do método adotado por seu Ministro da Saúde, dando sinais de que acha equivocada a orientação que o mesmo imprime a Ministério, o certo é exonerá-lo, para que um outro aplique o método diverso. Neste caso, o Presidente terá de assumir o risco da decisão: se der certo, colherá os frutos junto à Nação: a admiração e o apoio popular. Se der errado, terá de pegar em cada alça de caixão, pelo menos.
Não consigo concordar com que a Nação seja mantida em estado de indecisão, tendo de escolher entre duas alternativas, uma delas clara e objetiva, as ações coincidindo com as palavras, a outra mostrada em várias escaramuças públicas opondo-se ao método em vigor, com os aplausos de apoiadores que nunca serão responsabilizados.


Imagem: CEDEC - MS.
https://www.defesacivil.ms.gov.br/coronavirus-ministerio-da-saude-anuncia-novas-medidas-de-contencao/

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