18 de fev. de 2022

DONA EPHIGENIA

 Dona Ephigenia - minha Mãe - estaria completando, hoje, 115 anos. Tivemos convivência ótima. É uma das pessoas que mais admirei na vida. Inteligente, sedenta de conhecimento, artista, Mãe zelosa e muito brava. Enfrentou as dificuldades de seu tempo e as das nossas condições com altivez e coragem. Sempre buscava soluções. Há muito o que dizer sobre ela. No entanto, o interesse, agora, é rememorar que - como se gabava - deixou para o Brasil nove filhos (cinco homens e quatro mulheres) na totalidade trabalhadores e produtivos. E, pessoalmente, rememorar muitos momentos de companheirismo, de contemplação de belezas e de luares, de música, de passeios, de levar suas crias para assistir ao carnaval de rua, ao cinema, a teatro, a óperas. Maior do que a saudade, a gratidão pela herança cultural que nos legou.


Esta foto chegou a mim vinda da Zezé, minha cunhada. Penso que fui o autor da foto (tinha um fusca igual a esse daí e não me lembro de nenhum irmão que tivesse tido. Mais do que "Profissão Esperança", acho que a esperança era apenas o combustível para enorme combatividade em busca de melhores condições. Mas tinha esperança, sim: transmitiu conhecimentos profissionais a muitas pessoas, e ensinou algumas a ler e escrever. Uma professora por vocação (nunca exerceu como profissão, não era habilitada). Só curso primário - daqueles antigos - e muita evolução do conhecimento por esforço próprio.

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