22 de jan. de 2012

COMO FICAM OS JUÍZES DE FUTEBOL?

Penso que os juízes de futebol atuam pressionados pelos comentaristas, sempre com opiniões próprias, nem sempre guiadas pelas regras. Jogo: Vasco x Americano de Campos. Um jogador do Vasco dá um tapão na nuca de um adversário (que o empurrara antes). Simulações dos dois lados, ganhou o atleta do Americano, porque só o do Vasco foi expulso. O comentarista (Arnaldo César Coelho) assinalou que, se o juiz tivesse apitado o empurrão, com energia, poderia ter evitado a seqüência. Concordo. Aliás, a falta de presteza de juízes, quando deixam passar faltas aparentemente leves, acaba sendo causa de muitas cenas violentas. O jogador que sofreu a falta não marcada fica contrariado, depois nervoso, depois vingador (vai à forra). Daí para a violência explícita é um passo. Voltando ao lance comentado: mais tarde, quando o juiz aplicou um cartão amarelo merecido, o mesmo comentarista achou que o juiz foi rigoroso. O que querem, afinal? Rigor ou desrigor? O que acho, quase sempre, é que, quando um juiz aplica o amarelo, corretamente, em um jogo calmo, os comentaristas acham que deveria "administrar", só advertindo oralmente, porque, aplicando amarelo logo de cara, ficam sem alternativa. Ficam não, ora, porque ainda têm o vermelho. O amarelo (criado para evitar muito papo entre juiz e jogador) já é a advertência. Acham que isto atrapalha o jogo. Quem atrapalha é o jogador que incorre em falta violenta ou em outro tipo de conduta que justifique o cartão. A meu ver, o cartão passa a valer a partir do momento em que a bola percorre toda sua circunferência, pela primeira vez. Já é jogo. Administrar tem de ser de acordo com a regra. Caso contrário, passa a valer o humor do juiz. Já vi muito juiz "aliviar", para um jogador faltoso, no início do jogo e, depois, por falta até menos grave, "amarelar" um adversário desse jogador. Isto irrita qualquer um. Além disto, jogador de futebol tem o hábito de "experimentar cerca": conforme as atitudes do juiz, no início da partida, o jogador cai mais, reclama mais, faz mais faltas... Jogador não é anjo. Podemos deixar os juízes apitarem em paz, sem criticar quando fazem conforme o regulamento?

ATUALIZAÇÃO EM 16/07/2012 

Resolvi editar porque esta postagem é um das que recebem mais visitas, mesmo algum tempo depois de levada ao blog.

Ontem, jogo Flamengo x Bahia. Luiz Antônio recebe o segundo cartão amarelo. Vermelho e chuveiro. O comentarista de arbitragem achou que o cartão não deveria ter sido dado, porque, conforme seu entendimento, para aplicar o segundo amarelo, é preciso que a falta seja bastante grave. Uma opinião pessoal não pode ser guia das arbitragens. O André Risek (de quem tenho discordado muitas vezes, porque, afinal, ninguém é perfeito, muito menos eu) colocou muito bem o assunto, ontem, no Troca de Passes. A falta é passível de amarelo? Então, não pode haver como graduar entre grave, mais grave, etc., para decidir se aplica o amarelo. Se cabe o amarelo, não importa seja o primeiro ou o segundo. O que ouvi do comentarista de arbitragem, ontem, nesse episódio, correspondeu a outras recomendações de comentaristas: o juiz tem de administrar o jogo. Tem sim! Concordo! Mas conforme as regras. Até admito que o comentarista diga que tal falta ou tal pênalti não existiu. Mas, se existiu, tem de ser marcado. Se mereceu vermelho no início do jogo, tem de ser aplicado. Lembra-me um fato ocorrido em um jogo de futebol de salão (quando ainda não era futsal): um time vencia por 6 x 0. Um jogador do time que perdia fez falta dentro da área. Pênalti claro. O juiz marcou. Um torcedor do mesmo time virou-se, jocosamente, para o árbitro e reclamou: "Assim não dá, 'seu' juiz! O senhor está imparcial demais!".

Foto: Blog do Gaciba.sta de
http://sportv.globo.com/platb/blog-do-gaciba/2011/10/25/a-regra-dos-cartoes-amarelos-e-vermelhos/

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