A janela que está à minha frente, enquanto digito, dá para um restaurante que tem na frente nove palmeiras, todas da mesma espécie. Ficamos no centro da cidade. Pela manhã, manifestações de pássaros cantando, gaviões paquerando ninhos, e, em maior quantidade, pombinhas. Voam de um lugar para outro, namoram - como namoram. Uma festa!
As palmeiras e algumas outras árvores, nas redondezas, em casas e mesmo nas ruas, dão abrigo a essas avezinhas, que ali moram, constroem seus ninhos e chocam seus ovos (fazê-los, fazem-nos pela manhã, à luz do dia, maior sem-vergonhice).
O número das pombinhas aumenta sem parar. Reproduzindo-se em liberdade, garantida a sobrevivência seja pelos alimentos que há na área, em lixos inclusive, seja pela presença de insetos e algumas frutas, parece que caminham para a superpopulação.
Pois não é que hoje, pela manhã, uma aparentemente desavisada pombinha pousou na nossa janela? Dali a pouco, outra. Espantei-as. Insistiram. Eu também. Pouco depois, uma delas - não sei se o macho ou a fêmea - pousa na janela com um raminho no bico. Muito bonitinho, mas fazer acampamento no meu matinho, não! Nâo irei permitir que nossa janela encha-se de ninhos de pombinhas, com filhotinhos e tudo. Pode ser bucólico, romântico ou qualquer dessas coisas semelhantes. Mas não! Jeito nenhum!
O casal de pombinhos não quis desistir. E foi além. Vi uma das avezinhas pousar na janela. Aproximei-me e verifiquei que o recém chegado era o macho. Estava pornograficamente sobre a fêmea, que se pôs muito quietinha. Maior desfaçatez do casal! Bonito, hein?!!! Agora, vão querer transformar nossa janela em CEPRASE (CENTRAL DE PRÁTICAS SEXUAIS, podendo ser, também, CENTRO DE PRAZER SEXUAL).
Muito bonitinho, muito romântico, muito natural. Não devo, não posso e não quero permitir!
E se me der vontade? E se a pombinha não quiser? Já li que o homem é o único animal que guarda na memória as sensações de dor e de prazer. Daí, a simples lembrança da atividade sexual atiça as pessoas (disto todo mundo sabe e não preciso explicar). Por isto é que - ainda minha leitura - o ser humano entrega-se ao sexo entre quatro paredes, para não atiçar a vontade de uns e outros.
E aquele casal de pombinhos ali, na minha frente, maior cara-de-pau, maior intimidade e entrega! Ora essa!
Não vou ligar para a crise da habitação. É problema da Dilma, do Ministro das Cidades, do Partido Verde ou do Green Peace. Não vou porque não vou deixar esses pombinhos indecentes fazendo bobices na minha janela, uai!
FOTO: O Tempo Vida
http://otempovida.blogspot.com.br/2009/11/rolinha.html
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