5 de set. de 2014

A MOÇA DO BUZÃO. COM CELULAR.


celularAndando de ônibus em São Paulo. De repente, passo a ouvir a voz de uma mulher, falando muito alto ao, celular. De fato, as pessoas andam falando muito alto, ao celular, em ambientes públicos. Há alguns dias, tive o desprazer de ouvir, por algum tempo, um camarada que falava ao celular, dentro de um restaurante. Sobre política. Pareceu-me querer dar a impressão de que tinha muita força no setor. Pode ser até que tivesse. Mas que atrapalhou meu almoço, atrapalhou.
Com a moça foi um pouco diferente. Chamou-me a atenção, quando disse: "quem ele pensa que eu sou?". Este tipo de pergunta sempre deixa-me dúvida sobre o que a pessoa é. A moça falou bastante, disse que o cara é um abusado, que ele apenas convidou-a para um rolezinho e ela foi, sem outras intenções e que não passou disto; que, "agora, ele quer tirar uma de garanhão, e nas
minhas costas", e coisa, e loisa... (lembrei-me de Carmen Miranda cantando "E o mundo não se acabou", destacando: "Agora eu soube Que o gajo anda Dizendo coisa Que não se passou" - viu no pode dar?). Depois, arrematou: "deixa o meu marido saber o que ele anda falando e vai ver o que acontece com ele". 
Foi aí que eu pirei. Não é possível que a moça vá contar ao marido que deu um rolezinho com o tal metido a garanhão, que, agora está falando coisa que não sucedeu. E que ainda vá defender a honra da donzela.
Celular deveria ter silenciador.


A canção "E o mundo não se acabou" (1938): YouTube.

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