
Na entrevista, Dunga fixou argumento no tal gol de mão (que, para mim, foi de mão, mesmo). Um comentarista disse que Dunga não falou do gol da seleção equatoriana, que o juiz não deu, porque o auxiliar acusou saída de bola, que não passara da linha de fundo. Foi uma falha do nosso goleiro (que achei ter falhado, também, no lance do gol peruano; ficou agarrado na trave, quando - segundo penso - deveria ter-se deslocado mais para a frente, fechando o ângulo de passe para o jogador peruano que estava livre, leve e solto no meio da área, com Daniel Alves chegando atrasado, a distância que não dava para intervir, e Gil desviando o caminho para o lado de onde viria o passe; o goleiro (vendo pelo menos de soslaio o que ocorria dentro da área, a seu lado) tinha de dificultar aquele passe, pelo menos, porque, no cenário, o gol era praticamente certo, se a bola chegasse ao goleador; como foi e o erro não foi só do goleiro, falha conjunta da defesa). É possível ver, no lance do gol (https://www.youtube.com/watch?v=zoecRIB3GEQ), que Daniel Alves chegava na área, devagar, e não procurou aproximar-se mais, quando Gil estava se deslocando do centro para tentar participar do lance na linha de fundo.
Ah! Mas foi irregular!
Tudo bem. Foi irregular.
Como foi irregular o não-gol da seleção equatoriana.
Analisemos as situações de seleção brasileira e seleção peruana, conforme acertos e erros de juizes.
Para demonstrar, mudemos o cenário, considerando que tivesse sido confirmado o gol da seleção equatoriana (a negativa foi erro da arbitragem) e não cogitando do jogo seleção brasileira x seleção peruana: a nossa teria chegado ao terceiro jogo com três pontos e a peruana com quatro. Ou seja, a situação, no início do terceiro jogo seria o inverso daquela que ocorreu (empate bastando para nós): com quatro pontos, o empate favoreceria a seleção peruana e, se o gol de mão não tivesse sido validado, teria ela ficado classificada.
Finalmente: nos jogos reais, a seleção brasileira não conseguiu fazer pelo menos 50% dos pontos (4/9, 44,44%) e a peruana contou 7/9, arredondando = 77,78%. Considerando o cenário hipotético, com empate, a seleção peruana teria ficado com 5 pontos (55,56%) e a brasileira com os mesmos 4 pontos (44,44%). Com erros dos juízes ou sem erros, o aproveitamento da seleção peruana teria sido melhor, com mais de 50% em qualquer hipótese, e o da brasileira teria sido inferior, com 44%, também em qualquer hipótese.
É muito pouco para uma Copa América, em grupo no qual o segundo lugar classificou-se com apenas 55,56% de aproveitamento.
Não adianta discutir o desempenho de seleção brasileira em torno de um mísero gol de mão.
Imagem: O GLOBO - ESPORTES.
http://oglobo.globo.com/esportes/brasil-leva-gol-de-mao-perde-para-peru-esta-fora-da-copa-america-19492387
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