É o que vejo, freqüentemente, em programas televisivos, mostrando o que chamam de pesca esportiva. É uma modalidade esquisita: fisga-se o peixe, retira da água, mede, pesa, comenta, tira foto com ar de vitorioso, edevolve o coitadinho para a água. Esse último gesto parece magnânimo: retornar à natureza o que a ela pertence. Então, apelida-se de pesca esportiva. Maldade pura. Já vi pescadores eventuais devolverem peixes pequenos à água. Mas sempre com explícita má intenção. Dizem: “vai crescer que quando estiver grande eu volto”.
Agora, o que vi, em um desses programas “esportivos”, foi “demais para os meus sentimentos, tá sabendo?” (expressão que copio do Chico Anysio): em uma dessas pescas "esportivas", focalizaram a pesca do piau. Peixe nada dócil. Fisgado, luta ferozmente para se libertar. Os pescadores gostam porque, em absoluta condição de desigualdade, medem forças com o peixe. Fisgam o peixe. Usam de artimanhas para evitar que ele afunde. Cansam o peixe. Acabam conseguindo tirá-lo da água. Vencem. Sempre com violência. Sentem-se heróis. Pura maldade, ainda. Maldade maior foi a expressão usada pelo comentarista do esporte, louvando as qualidades do piau. Fez a referência: “...essa espécie esportiva de peixe...”.

Foto exibindo troféu: QUISTY.
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