25 de abr. de 2013

COMENTANDO COMENTÁRIOS




"Garçon fez uma ponta de Senador para que
Costa não discursasse no plenário vazio."


Está em página eletrônica de Veja, Coluna do Augusto Nunes
 (
http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/o-pais-quer-saber/garcom-faz-ponta-para-que-suplente-nao-discurse-para-ninguem/):





PUBLICADO NO GLOBO DESTA SEXTA-FEIRA
MARIA LIMA

De garçom do Senado a dublê de Senador por meia hora. A pedido do Senador João Costa (PPL-TO), o garçom Johnson Alves Moreira fez uma ponta de Senador para que Costa não discursasse no plenário vazio. Como presidente da sessão, já que não havia parlamentares para ocupar cadeiras enquanto estivesse na tribuna, o Senador do Partido da Pátria Livre fez um discurso de 14 páginas sobre aborto e “direitos do nascituro à luz do sistema do Direito romano e do ordenamento jurídico brasileiro”.
Com a TV Senado focada só em sua imagem, Costa encenou para uma plateia inexistente e gesticulou para o Senador falso, que retribuía com gestos afirmativos de cabeça".


Uma outra publicação fala em "garçom marajá". Pela TV, ouvi que o garçom ganha R$15.000,00 - 20 vezes o piso salarial da categoria.


COMENTÁRIO

Primeiro que tudo, teríamos de ter informação sobre se o garçom "senador" é concursado ou faz parte daquela turma que ocupa cargos "de confiança" - como se nós outros pobres mortais não merecêssemos a confiança dos governantes para ocupar cargos públicos, e, principalmente, como se não valesse o preceito constitucional, do artigo 37, que prescreve o princípio da impessoalidade para a administração pública (afinal, quando a administração deposita confiança em uma única pessoa, para ocupar um determinado cargo público, está mandando às favas o tal princípio).
Segundo: para ganhar R$15.000,00 para servir cafezinho, eu até celebrava missa para o parlamentar que me tivesse dado o emprego, de modo que me mantivesse no mesmo. Principalmente se exercesse cargo "de confiança" (não sei se é o caso, a notícia não informa). E, defendendo "o meu",  trabalharia - como trabalharia! - para que esse parlamentar fosse reeleito, ("o povo que se dane! eu quero é me arrumar!", bordão de Justo Veríssimo, por voz de Chico Anysio).
Terceiro: a ação é típica de 171, em co-autoria. O Senador escaparia de uma CPI, claro, se alguém inventasse de promover. Quanto ao garçom, não sei se aguentaria a capa de um processo administrativo. Mas escaparia, também, provavelmente, sob a justificativa de que agira por impulso de temor reverencial, já que, se se tivesse negado a participar, teria sido posto no olho da rua - "de confiança" ou não.
Quarto - e pior que tudo: muita gente - mas muita gente mesmo - ainda acredita que o Ministro Joaquim Barbosa mudou o Brasil. Se alguém publicou isto, deve ser verdade. O povo quer manter uma esperança desesperada.
Ah! O Senador pertence ao PPL-TO. Segundo está na matéria-fonte, PPL é Partido da Pátria Livre.
Para alguns poucos, LIVRE DEMAIS!

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