28 de set. de 2013

AMABILIDADES EM ESPERA, NO HOSPITAL

Cheguei para uma consulta de rotina. Encontrei, sentados à frente da porta do consultório, um velho e uma velhinha. Pareciam regular com a minha idade, mas usei "velhinha" porque se tratava de uma senhora pequenina, magrinha, típica "velhinha". Conversavam os dois. Ou melhor, falava ele, mais ou menos os seguinte: eu ponho uma berinjela, um pepino... Ela atalhava: o senhor descasca o pepino? Não, respondia ele. Lavo bem lavadinho e tiro as duas pontas. Ponho em uma vasilha, junto com a berinjela. Depois, ponho uma beterraba... Ah, duas laranjas. A velhinha atalhava, de novo: com caroço? Apressou-se a dizer que não, que colocava as laranjas cortadas em uma centrifugadora e que só usava o suco. Foi quando a secretária do médico abriu a porta e chamou a velhinha que se levantou. Quando ia se encaminhando para entrar no consultório, o interlocutor apressou-se, mais para divertido do que para sério:
- Não! Não! Espera aí! Vamos acabar de fazer o suco!
A velhinha não demorou. Era só para conferir resultados de exames.
O velho insistiu: me dá o seu endereço, em passo em sua casa e faço o suco para você...
A velhinha desconversou, acho que não gostou da idéia. Mas admitiu depois em dizer onde morava. Pertinho e fácil, até.
O meu velho até que é bem amável, hein? E a velhinha, quem sabe, poderá não ser tão difícil, se a visita rolar. Um suquinho aqui... um papinho ali... quem sabe?

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