Deu o que tinha de dar: Atlético. Como poderia ter dado América ou Cruzeiro. Só e só. Entre os quatro finalistas, apenas um time do interior, que não conseguiu sequer ser vice.

De uns tempos para cá, com o advento das regras de acesso, temos autêntica "dança das cadeiras". O sobe-desce caracteriza a participação dos interioranos no campeonato. Os clubes do interior, de celeiro que eram, passaram a buscar jogadores que os da capital queriam amadurecer, ou descartar. Não pode dar certo. Como não tem dado. Jogador formado no interior deseja crescer no clube, para conseguir galgar a escada que leva ao sucesso nacional (a meta, agora, é internacional). Jogador de clube grande que vai ao interior só pensa em voltar (quando não em ir para a Europa). Nenhum compromisso com o clube que temporariamente irá defender.
Acredito que há muitos craques espalhados pelo interior, apesar de vermos poucos aproveitados. Ouvi, hoje, comentário do Elano, de que, no Santos, passou por duas gerações de jovens craques e que isto lhe foi muito proveitoso. Trabalho de renovação eficaz.
O Flamengo de 1953/55 renovou. De um time com o famoso "rolo compressor", de Joel, Rubens, Índio, Benitez e Esquerdinha, em 1953, trocou os dois últimos por Evaristo e Zagallo, em 1954, Rubens por Paulinho e Evaristo por Dida, em 1955. Em seguida lançou Moacir e Henrique. Joel, Moacir, Dida e Zagallo foram para a seleção de 1958. Uma renovação proveitosa.
O Cruzeiro formou aquele timaço, renovando. O Atlético, idem.
Por que isto não acontece mais? Por que os clubes do interior não formam base? Será por falta de garantia de manter jogadores que revelarem? Será que a Lei Pelé foi um retrocesso? Afinal, mesmo fora de Minas Gerais, não temos mais campeonatos com quatro ou cinco times fortes, como era antes.
Penso que pode ser profícuo avaliar isto. Afinal, há muito dinheiro envolvido com futebol, o que admite pensar que poderia ser melhor administrado.
O que não podemos admitir, no quadro das possibililidades financeiras (TV paga, patrocinador patrocina...) é que Atlético e Cruzeiro tenham escapado da segunda divisão do brasileiro e o América tenha sido rebaixado.
Pôxa! Mas eu deveria estar falando do Atlético ser o campeão?
Aí é que mora o perigo. O brasileiro está aí e estamos comemorando um campeonato em que, dos três principais concorrentes, um está na segunda e os outros dois quase foram para lá.
É nada animador. Apesar das gritarias intencionais dos narradores de Rádio e de TV.
PS.: A foto aí de cima é nada bonita. Mas preferi porque, na transmissão do jogo de ontem, vi o André, do Atlético, suspenso, assistindo ao jogo de um lugar que me pareceu aquele. Achei muito feio. Parecia estar em um compartimento para presos. Deusmelivre!
Foto (Estádio Independência): Casa Fora do Eixo/São Paulo.
http://casa.foradoeixo.org.br/blog/2012/02/acessibilidade-geral-e-irrestrita/independencia-visao_primeira_fileira_tercei_o-_piso_gecom/
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