17 de ago. de 2012

EXPERIÊNCIA POÉTICA DO AUTOR: MEU FLAUTISTA


Tem dia em que odeio o meu flautista
e sou capaz até de lhe negar meu som.
Será que pensa que só ele é bom?
E eu mero objeto inanimado?
Eu tenho vida, viu?
Bem tratada,
sou capaz de vibrações febris.
Quer som bonito, é?
Ah! Então, vem me dengar,
soprar mansinho em meu bocal
e me pedir que vibre mais
e mais bonito.
Um golpe de língua inesperado e sutil
é sempre bem vindo.
É lindo o meu flautista quando vem assim,
cheio de amor.
Se não quiser...
Que vá tocar tambor!

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