14 de mai. de 2015

"VENCER SEM PERIGO É TRIUNFAR SEM GLÓRIA". O INTER EVITOU O JOGO. O DESENCONTRO DA QUALIDADE TÉCNICA E DA ÉTICA.

Apresentação Internacional x Atlético-MGOra direis: trata-se de um torcedor mineiro frustrado!
Direi eu: há muito desisti de torcer por qualquer time. Fui um atleticano moderado que ia muitas vezes ao Mineirão, para ver jogar aquele Cruzeiro de Tostão e Companhia, um timaço.
Desisti de torcer por qualquer time porque o futebol que dizem querer melhorar para a copa de 2018, sofre interferências e mantêm velhos vícios que indicam o anti-futebol. Daí a inutilidade de torcer em ambiente de verdadeiro futebol.
O Inter mereceu vencer? Mereceu!
O Inter fez dois gols lindos? Fez!
Nem falar na sorte que deu, com o passe equivocado de Dátolo. Não tivesse acontecido e teria ficado dois a um, garantida a classificação.
Nem falar no gol anulado de Gemerson, porque Leonardo Silva empurrou o adversário, sim.
Nem falar no pênalte de Juan sobre Jô, porque não foi o Inter quem errou, mas o juiz. E teria ficado dois a um, também, na melhor das hipóteses, porque poderia não ter sido convertido.
Deixo de falar em retardamento no andamento do jogo, com "deixadas" em cobranças de laterais, pelo jogador que está próximo à bola e à lateral, para outro que vem lentamente de trás, porque, mesmo sendo o indefectível "Migué", há arranjos táticos para aproveitar um mais eficaz cobrador de laterais. Como no caso de Marcos Rocha, do Atlético Mineiro.
O inconformismo é o fato de o time do Inter ter fugido ao jogo, com retardar o andamento da partida, repetido insistentemente, ora com gandulas (escalados pelo Inter) não devolvendo a bola (um deles foi expulso), ora com jogador chutando a bola para local distante da cobrança de falta, ora retardando cobranças de laterais, evitando, ostensivamente, buscar a bola, ora com goleiro e zagueiros andando em direção à saída da área, quando a bola estava atrás da linha de fundo, disponível para o tiro de meta. Acabou com jogadores do Atlético Mineiro irem buscar a bola, por várias vezes, porque o craques do Inter não se interessavam por ela. Conseguiu ganhar muito tempo, irregularmente, e irritar o adversário (Levir e Leonardo Silva reclamaram), sem qualquer providência do árbitro.
Ora direis: você é exigente demais!
Direi eu: aquilo que ultrapassa os limites das regras e da ética esportiva tira o brilho de qualquer vitória.
Daí a expressão "Vencer sem perigo é triunfar sem glória", dita por Sêneca e repetida por Pierre Corneille, este no romance El Cid. Don Rodrigo de Bivar - Cid, o Campeador -  desafiando o sogro para um duelo a espada, foi advertido: "sou a melhor espada do reino, você certamente sucumbirá". Ao que El Cid retrucou: "Vencer sem perigo é triunfar sem glória".
Para meus conceitos de futebol, a estratégia do Inter, retardando o jogo muito mais do que tenho visto habitualmente (o que representa o anti-jogo), tirou o brilho daqueles dois lindos gols, da vitória e da classificação.


Imagem: LANCE!NET
http://www.lancenet.com.br/minuto/Inter-Galo_0_559744082.html

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