1 de nov. de 2012

AS CARGAS SOBRE OS JUÍZES DE FUTEBOL: SERÁ QUE QUEREM MESMO MELHORAR AS ARBITRAGENS:

Atlético Mineiro e Flamengo estão na bronca com o juiz que apitou ontem. Podem ter razão completa, cada um deles. Mas, se puder ter sido assim, então ficou igual. Foi pênalte? A expulsão do lateral do Flamengo foi injusta? A expulsão de Dorival foi injusta? Estão discutindo muito isto.
Uma coisa que me chamou a atenção, no Tá na Área: um dos especialistas criticou o juiz por conversar demais. Disse que juiz conversa através de cartão. No entanto, o mesmo especialisata costuma criticar os juízes que aplicam cartões.
Assistindo ao jogo, também achei que o juiz conversou demais. Gastou muito tempo, até fazendo caminhadas saudáveis de mais de trinta metros, para dialogar. Lembrei-me de dois fatos. Um deles por ouvir dizer, parece-me folclórico. Ao outro assisti de corpo presente.
Ouvi dizer que Armando Marques, apitando uma final de olimpíada, se não me engano, estava tentando evitar as entradas mais fortes. Os jogadores nem aí. Pau quebrando. O Armando não entendia os idiomas dos jogadores dos dois times, estes não entendiam o Armando. Segundo a estória, Armando chamou os dois capitães, mostrou-lhes o cartão amarelo, que rasgou logo em seguida, espalhando os pedaços na grama. Foi água na fervura, contaram-me. Coisa de memória por ouvir dizer, que não posso garantir. Mas se tiver acontecido, foi muito legal.
O outro: participava, como técnico, de um Campeonato Mineiro de Futebol de Salão do Interior (entre 1965 e 1969, não havia, ainda, o Futsal). Raul Abdala era o juiz. No meio do jogo, marcou alguma coisa que desagradou um jogador que, cinematograficamente, saltou no meio da quadra, abriu os braços e gritou: "Mas, 'seu' juiiiiz!!!!". O Raul Abdala nem olhou para o atleta. Virou-se para a mesa, mostrou quatro dedos (o número do jogador) e girou os punhos, significando "desclassificado". Voltou ao jogo calmamente, sem discutir com o jogador.
Acho que a questão das arbitragens não passa só pelo árbitro. Penso que técnico não tem de discutir com árbitro. Nem reclamar. Isto é função de Diretoria de Clube, perante as Federações. Todo mundo sabe que é muito difícil modificar uma decisão de árbitro, com bronca. Só serve para irritar e tornar o ambiente desconfortável e até perigoso.
Falei na pusilanimidade do árbitro que apitou Atlético Mineiro x Fluminense. Disse que foi pressionado pelos jogadores do Flu, que blindaram o Fred, para que não lhe fosse aplicado o
segundo amarelo e conseguiram (http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2012/10/atletico-x-fluminense-coragem-do.html). Disse que bastaria um cartão amarelo para um dos que o estavam pressionando, para desmanchar a rodinha. Mas o que aconteceria com o juiz, se tivesse feito isto? Teria sido um Deus nos acuda!
Ontem aconteceu a mesma coisa: em um momento (não me lembro), meio time do Flamengo cercou o juiz, bem de pertinho, o Renato reclamando (foi amarelado) e, pela imagem, parecia estar gritando com o juiz. Foi o Ibson quem interferiu, buscando afastar os jogadores do juiz.
Em volei, basquete, cuspe a distância e quejandos, só o capitão do time dirige-se ao árbitro. No futebol, não é raro ver jogador xingando o juiz (pela expressão, penso que não estão louvando).
Queremos melhorar? Então vamos combinar: só o capitão fala, e não pode aproximar-se a menos de um metro do árbitro. Coisa de cavalheiro. Civilizado, né? Ou será que não cabe no futebol?

Imagem: Blog iPad.
http://blogipad.com.br/05

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