2 de nov. de 2012

COMO EM VELÓRIO, CEMITÉRIO TAMBÉM PODE SER ENCARADO COM HUMOR. COM MUITO RESPEITO!



Não me agrada o dia de finados. Os cemitérios recebem muitas visitas, que acho desnecessárias. Uma prece em casa é tão importante quanto. Além disto, essas visitas são, com grande freqüência, visitas sociais. Nem acho saudável a gente ficar se mortificando pelos nossos mortos. Nunca visitei o túmulo de minha mãe, com quem tive uma convivência muito legal. Amor e admiração, além de admitir as características que me pareciam desfavoráveis. Minha convivência com meu pai foi menor. Também não lhe visitei o túmulo. Só depois que morreu, pensando sobre ele, aprendi que foi um tremendo "macho". Vítima de paralisia infantil, com seqüelas, tinha deformações e fragilidade. Nunca o vi trabalhar sentado - aliás, nunca o vi sem trabalhar. Trabalhava em pé, maior competência em sua mesa de corte de tecidos para roupas que vestiam gente rica. Só o via sentado, na alfaiataria, para costurar a máquina, sem motor. Tinha de usar as pernas. Entraria para a galeria da superação, fácil, fácil. Mágoa de algum deles? Nenhuma! Também tiveram pais, que também os tiveram, que também... Ciclos de existências. Dirijo-lhes preces, a miúde, como as dirijo a outros mortos da minha intimidade.
Não gosto de velório, nem de enterro. Se pudesse - sem ferir suscetibilidades - só iria aos meus.
É claro que vi, pela TV, comentários sobre o dia de finados. Vi um administrador de cemitério. Sei que é necessário, mas é uma atividade em que nunca pensara, e que definitivamente não me atrai. E vi um administrador de cemitério falar de algumas de suas preocupações. Não falou sobre segurança. É sabido que muita gente vai ao cemitério para retirar alguma coisa de valor nos túmulos. De qualquer forma, li, em algum lugar, que não há que se preocupar com segurança, no cemitério: os que estão lá dentro não podem sair; e os que estão fora não querem entrar. Uma das preocupações do administrador: os vasos que as pessoas costumam levar aos cemitérios devem ser furados, para evitar o mosquito da dengue.
"Credo!". pensei. Eu jamais seria um bom administrador de cemitério. Poderia negligenciar com esse tipo de coisa. Já pensou tornar-me responsável por um surto de dengue no cemitério?

Foto: Prefeitura Municipal da Estancia de Socorro - SP.

2 comentários:

Unknown disse...

Dengue no cemitério...entre os visitantes ou os permanentes?
Lembro mais ou menos aonde é o túmulo da minha mãe, no Parque da Colina (BH). Do meu pai não sei nem o nome do cemitério. Sei que é em Contagem (também pode ser Betim, meu irmão que providenciou)

marco antônio comini christófaro disse...

Mandar furar os vasos para não dar mosquito da dengue é estratégia para impedir a disseminação do vírus entre os permanentes, ora! Abraço!