29 de jul. de 2012

O QUE TIRAR DE UMA OLIMPÍADA?

Tem gente que consegue tirar muita coisa, mas de que pouco se aproveita o esporte ou o povão. Não quero meter-me, aqui, a deitar pregação sobre como deve ser tratado o povão. Não tenho leitura para isto. Mas tenho alguma experiência esportiva - não de alto desempenho, mas já vi alguma coisinha de perto e observo muito de longe - e então penso que posso, pelo menos, deitar falação.
Para que deve servir uma olimpíada senão para promover o desenvolvimento esportivo, em todos os sentidos: técnico, tático, físico, psicológico, cultural, científico, moral, e até filosófico? Penso assim.
Daí, passo a fazer observações e comparações.
Sempre me preocupo com a disciplina. Não se trata daquilo que muitos chamam de disciplina, no sentido de que "manda quem pode, obedece quem tem juízo". Disciplina, para mim, assemelha-se à ordem que vigora no sistema solar (não falo em galáxias, porque não tenho sequer informação visual): se um planeta muda de rumo ou de velocidade, acontecem coisas que apenas suponho sejam muito graves, mas cuja extensão desconheço. Então, prevalecem as leis da física, que os corpos não conseguem mudar.                                           
É muito rígido! dirão muitos.
Sim, mas para cada coisa, especificamente. Se você vai pescar, em um fim de semana, como lazer, não tem hora para chegar, para desenvolver a atividade previamente programada. Pode sair na hora em que achar legal; pode passear por vários lugares, antes de chegar; pode escolher pescar ou não pescar; pode resolver jogar baralho e não pescar... e assim por diante. Pode até jogar uma pelada que, certamente terá regras. Poderá estabelecer regras específicas para aquela pelada, fazendo-a diferente de todas as outras peladas. Mas todos os peladeiros terão de obedecer a essas regras.
Logo, se você pratica um esporte profissional, terá de observar muito bem, e de forma absoluta, as regras desse esporte. Caso contrário, estará praticando outra coisa, que poderá até ser o anti-esporte. Com o inevitável risco de gerar conflitos, que poderão degenerar em violência imediata e futura.
Achei muito bacana a relação atletas - árbitros em judô. Trata-se de um esporte cuja disciplina é muito enraizada e singela. O juiz fala nada. Só gestos. Comandos que são entendidos pelos participantes da luta, e rigorosamente obedecidos por eles. Quando vai advertir alguém, gira os braços e estende a mão empalmada para o participante faltoso. Não vi qualquer pessoa reclamar.
Poderão dizer que, em um ou outro esporte, essa rigidez tirará a graça. Poderão até ter razão. Mas será até a adaptação total.
Poderão dizer que juiz erra. Erros podem acontecer em qualquer esporte, não por má fé do juiz ou despreparo, mas por caso fortuito. Em hipóteses estranhas a isto, há que excluir os que agirem de má fé e preparar adequadamente os demais. Sem falar em preparo dos atletas e adaptação a um novo tipo e trabalho, e em preparar comentaristas de arbitragem para não ficarem indicando soluções estranhas às regras. Deixar esta última parte (segundo as regras, óbvio) para as Comissões de Arbitragem, como no caso de juiz brasileiro que teve decisão contestada e alterada pela Comissão de Arbitragem da Federação Internacional de Judô, hoje, nas Olimpíadas 2012, conforme noticia o Estadão Esportes (http://www.estadao.com.br/noticias/esportes,decisao-de-juiz-brasileiro-causa-polemica-no-judo,907574,0.htm). 
Voltarei a falar sobre observações nas olimpíadas, comparando atitudes de árbitros e de atletas, em esportes diferentes.

Fotos (editadas): R7 Notícias.
http://rederecord.r7.com/londres-2012/fotos/veja-imagens-da-conquista-historica-do-judo-em-londres/

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