Seria muito bom se estudantes - de terceiro grau, pelo menos - e profissionais em geral - de nível intermediário, pelo menos - tivessem interesse nesse tipo de debate. Seria muito bom, também, e principalmente, que a televisão tornasse disponível essa matéria, para todos os que têm um aparelho de televisão. Infelizmente, nem uma coisa, nem outra.

Participavam do Painel, além do apresentador/moderador, três profissionais de diferentes áreas: Roberto Romano, filósofo e professor de Ética e Política, na Unicamp; Fernando Abrucio, cientista político, FGV São Paulo; e Marco Antônio Villa, historiador, Universidade de São Carlos.
A primeira pergunta do tema foi se a cassação de Demóstenes Torres contribuíra com alguma coisa para a melhoria da imagem do Senado Federal.
Incomodou-me a primeira reação do professor de Ética e Política. Um imediato não. Incomodou-me porque eu também, mentalmente, respondera "não". Mas refleti, imediatamente: ora, se foi afastado um senador que não trilhava o bom caminho, é claro que isto contribuiu "com alguma coisa", por mínima que fosse, para, pelo menos, reduzir a "incredibilidade" do Senado. Pareceu-me que o professor, enquanto falava, também refletiu. Na conclusão de seu raciocínio, disse que, se contribuiu, foi milimétrico.
Entendo: para um professor de ética, nada deve ser mais importante do que ética.
Já o cientista político demonstrou que um evento dessa ordem faz parte de um processo de melhoria. Concordou com que há muita coisa a fazer, fez comentários a respeito. Impressionou-me favoravelmente, indicando que a ciência política não pode ser tão rigorosa como a ética, mas que deve ser muito rigorosa com a ética.
O historiador mostrou uma posição bastante diferente. Começou dizendo que não queria ser amargo. E relacionou fatos históricos havidos no Brasil e na América do Sul, indicando que o Brasil está em situação melhor do que a de outros países e, por isto mesmo, não nos é vantajoso fazer comparações com estes, e sim, dentre os países com culturas mais antigas, com aqueles em que a cidadania é significativa.
Afinei-me mais com o historiador. Deve ser muito difícil não ser amargo, quando se conhece a história da humanidade.
Fotos: Embarque Mundo Afora.
http://embarquemundoafora.com/?p=1688
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