20 de mar. de 2013

EMERGÊNCIA EM CONSULTÓRIO





Uma cuidadora de idosos acompanhou a senhora com 83 anos (já reivindicando 84) a um consultório médico. Consulta marcada por telefone, com hora certa. Chegando, viram que se tratava de um consultório de bacano, desses bem transados. Havia uma platéia considerável aguardando, clientes também com aspectos de bacanos. Ao primeiro atendimento - apenas apresentação das carteirinhas - a consulente perguntou se estava dentro do horário estabelecido. A atendente respondeu que sim, que seria atendida logo. Sentaram-se e ficaram aguardando, como os demais. Dali a pouco, a atendente chamou a velha senhora, tendo comparecido ao balcão a cuidadora. A atendente informou que era apenas para fazer cadastro. Perguntou endereço (citou um que nao era, o endereço), telefone celular (citou o correto, telefone fixo). A cuidadora corrigiu um, confirmou outro e disse que teria de perguntar o número do celular.  A atendente dispensou o celular e falou que podia aguardar chamada. Recebida a informação, a consulente observou para a cuidadora que aquele procedimento destinava-se apenas a "engordar tempo", só para parecer que estava sendo atendida. O tempo corria e a tal chamada não vinha. Passou muito da hora marcada. A velha senhora, experiência às pampas, recomendou à cuidadora:
- Vá ao balcão e pergunte se demora muito. Diga à atendente que faltam só quinze minutos para eu vomitar.
A cuidadora não entendeu a jogada, mas fez o que a consulente recomendou (ai dela, se não tivesse feito).
Chegou-se ao balcão e disse à atendente direitinho o que lhe fora recomendado:
- Por favor! Demora muito o atendimento da senhora "fulana"? Faltam apenas quinze minutos para ela vomitar.
Ocorreu uma dança de ratos e em cinco minutos a chamada foi feita.

Foto: Blog do Menalton em "Uma dor atravessada no peito".
http://blogdomenalton.blogspot.com.br/2013/02/um-conto-para-seu-fim-de-semana_14.html#more


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